Sinais

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O bom médico acordou cedo para surpreender a amada com uma bandeja deliciosa e um lindo sorriso no rosto. 

- Café da manhã delicioso pro meu amor e ainda pedi champanhe. Acha demais? 

- Rafael tenho que te contar uma coisa. 

O sorriso foi desmanchado com o semblante murcho de Laura. 

- Fala.

- Pra mim não foi legal.

- Sabe por que não foi legal? 

- Eu não sei Eu... Eu tenho que ser franca. Não foi legal. Doeu demais, Rafael. Eu fiquei tensa. Aterrorizada. Eu tava com medo. Cê foi muito gentil. Mas eu tava apavorada". 

- Aterrorizada? O medo te deixou mais tensa. 

- Será que foi isso? 

Questionará ela levando em consideração o que foi dito pelo marido. 

Antes que a conversa pode ter continuidade, alguém bate a porta. Ao abrir, Rafael se deparou com um dos funcionários carregando um embrulho de presente. 

Ele entrega o presente a Laura enquanto faz um comentário. 

- Que coisa chata. O cartão deve ter caído. Agora não sabemos a quem agradecer. 

Assim que descobre que presente estava embrulhado, Laura reage mal, o que deixa o bom e atencioso médico ainda mais preocupado. entra em pânico e começa a chorar sem parar. O presente em questão é uma almofada com desenhos de tartaruga. 

Rapidamente Rafael se livra do presente e passa um longo tempo acalmando Laura, até que ela ela declara enquanto o marido seca suas lágrimas.

- Eu não suporto ver tartaruga, me dá uma sensação horrível. Eu não consigo... - depois de mais alguns momentos de conversa algo se recorda de algo - minha mãe disse que quando eu tinha uns 7, 8 anos a gente morava numa casa que tinha um tanquinho de tartarugas e eu brincava com elas. 

Instigando sua mulher a vasculhar algo na sua memória, questiona. 

- E você tem alguma recordação do que tenha acontecido nesse tanque? 

- Não, eu... não consigo lembrar nem do tanque direito mas ver a tartaruga me dá pavor. Eu não... 

Era um pavor e medo tão intensos que ela já não tinha forças para falar. Rafael a puxou contra seu corpo com muita gentileza

- A gente vai descobrir porque isso acontece. 

Ainda com lágrimas nos olhos, conseguiu falar apenas mais uma coisa. 

- Não quero falar desse assunto. 

Alguns dias se passaram e Laura passava a maior parte do tempo sozinha. Rafael não queria causar mais desconforto nela, por isso a deixava livre. Em determinada noite quando estava deitada ao lado dele resolveu chegar pertinho como se dissesse: quero tentar de novo. E foi o que fizeram. 

Chegando de volta a Palmas foram direto para a casa de Lorena, que os recebeu com muita alegria. 

- Oi, como foi? 

Laura se desvencilhou do abraço da mãe.

- Foi ótimo. 

- Que bom! 

De longe Vinicius fechou a cara, nada satisfeito com o retorno dos pombinhos. Não fazendo muita questão de falar com eles e Laura também nem se deu o trabalho de falar uma palavra sequer com o padrasto. Tanto é que depois de abraçar a mãe foi direto para o seu quarto. 

Com educação Rafael avisou a sogra. 

- Vou levar as malas lá para cima. 

Lorena logo tratou de perguntar. 

- Vão querer um lanche? 

Rafael deu um sorriso para Lorena. 

- Acho que depois. Com licença.

Entrando no quarto da mulher, Rafael deixou as malas num canto e se sentou na frente de Laura. 

- A gente vai ter que mudar muita coisa aqui. No meu quarto né?

- É, com o tempo a gente organiza. Mas você sabe que a gente precisa conversar, você mal falou comigo desde que a gente acordou. 

- Não foi nada, foi a pressa. 

Ela falava vários argumentos para disfarçar a verdade mas Rafael a conhecia muito bem. 

- Laura o que tá rolando agora? foi ruim de novo? 

- Eu senti dor, muita dor. Fiquei completamente incomodada, mais do que isso. Entrei em pânico. 

Rafael a abraçou mesmo que ela ainda tivesse tensa. 

Tadinha da Laura, na época senti dor por ela 😥





A História de Laura e RafaelWhere stories live. Discover now