O encontro na noite de lua nova

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"Em toda vida ocorre um momento decisivo. Um instante tão extraordinário, tão claro e tão nítido que temos a sensação de havermos sido golpeados no peito, deixados sem fôlego, sabendo, sem a menor sombra de dúvida, que nossa vida jamais será a mesma."

- Julia Quinn

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O ar era frio e espesso.

Ecoavam na noite, os ruídos dos passos de uma garota solitária e assustada. O vento mordaz movimentava seus cabelos negros e arrepia seu corpo. A neve voada ao redor em padrões aleatórios. Mesmo usando um vestido longo, com camadas na cor verde musgo, estava gelada até os ossos.

Kagome institivamente fechou os olhos e inspirou.

Sentiu tremor no peito e fraqueza nas pernas. Ainda assim, continuou dando alguns passos, enquanto empurrava os galhos dos arbustos. A respiração formando uma nuvem de vapor.

O que pretendiam Miroku e Sesshomaru, para deixarem ela naquele local? E sem alguma explicação?

- O que devo fazer? – se perguntou olhando para as estrelas.

Não havia lua naquela noite para iluminar o seu caminho. No entanto, logo se deparou uma luz de tons suaves de laranja. Se aproximou mais até perceber que aquela luz vinha de dentro de uma caverna. O seu coração martelou nas costelas. A respiração ficou presa na garganta.

Ele estaria lá?

Não havia sinal do monstro ou qualquer outra coisa sobrenatural. Os pés se moveram lentamente, a levando para perto da caverna.

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O homem de cabelos agora negros, observa o fogo queimar a madeira a sua frente. Ao seu lado havia um prato de ferro, um pouco amassado com os restos de dois peixes, na qual foram seu jantar.

Olhou para suas mãos de novo, como fez nos últimos minutos. As garras tinham virado unhas... Unhas pateticamente roídas.

Por mais que tentasse, ele nunca conseguiu dormi nesta noite de lua nova. Sentia-se completamente deslocado. Mas agradecia por pelo menos uma vez ao mês não ser um monstro cruel. A barreira que protege de sair quando está transformado, é como uma cela de aço.

De repente, os galhos dos arbustos estralam alto. Ele fica alerta se pondo de pé, mas o próximo minuto é silencioso.

- É só o vento, afinal... – sentou novamente observando o fogo.

Novos sons se aproximam. Passos lentos de alguma criatura, talvez? Inuyasha sente um aperto na garganta. Ele está na sua forma humana e se algum tipo de monstro derrubou a barreira, tinha pouco com o que se defender.

Meditou por um segundo o que poderia ser. O monge e seu irmão costumam aparecer somente na luz do dia. E nesse momento, não conseguiria ao menos farejar para identificar o intruso.

Inuyasha olha imediatamente para a espada Tessaiga, velha e enferrujada, ao seu lado. Os sons de passos se aproximam mais. Rapidamente, ele pega sua única arma e se prepara para defender do que quer que fosse. E antes que pudesse decidir o que fazer, um baque soa próximo.

Um grito agudo ecoa.

Ele ouve um choramingo baixo. É a voz de uma mulher. Inuyasha sai para a fora com a espaga nas mãos e se depara com a garota que conheceu a alguns dias, caída no chão de terra a sua frente.

Seus olhos se encontram.

No escuro, Kagome não o reconhece e abaixa o rosto envergonhada da situação. Não conseguia caminhar corretamente com a sua perna não cooperando. E para piorar, tropeçou em um galho.

A MaldiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora