Capítulo 10

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GRATIDÃO

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GRATIDÃO

  Minha mente gira e meu corpo está em um estado caótico, como se eu tivesse acordado de ressaca após uma noite enchendo a cara. Talvez meu cérebro ainda esteja confuso e isso faz com que seu controle sobre o corpo seja vago, pois nenhum músculo me obedece quando tento levantar da cama.

Por fim, depois de um enorme esforço, consigo sentar. É como se alguém tivesse aumentado a aceleração da gravidade da terra, tipo, umas cem vezes. Sinto-me pesado e minha cabeça lateja. Analiso o quarto onde estou, as paredes em tons pastéis e livros e peças de roupa espalhadas por todo o chão. Também há uma sacada com porta de vidro, aberta, deixando aquele vento quente típico do verão entrar e circular ao meu redor.

Levanto, devagar, passando a mão na parte de trás da cabeça. Dois dedos voltam sujos de sangue, ignoro. O que me preocupa mesmo é o fato de meu plib ter sumido. Vasculho a cama, a parte debaixo dela, chuto uma calcinha para o lado e olho até embaixo do tapete. Não está aqui.

Cogito a ideia de ir embora, pedir demissão e me mudar, podia ir morar com meus avós, eles iriam adorar. Ágata é uma louca, usou Zuke para me nocautear, o que menos preciso é de mais uma pessoa perturbada na minha vida — eu já sou o suficiente.

— Ele podia ter se machucado seriamente, batida na cabeça pode matar, sabia? — Alguém esbraveja do outro lado da porta fechada, é notável que está assustada e preocupada. A voz não se parece com a de Célia ou a de Ágata.

— Eu sei! — Agora é Ágata falando, na defensiva, mas sem demonstrar remorso.

Caminho na ponta dos pés e encosto a orelha na madeira da porta para ouvir melhor.

— Só... Não sabia o que fazer. Ele começou a falar uns negócios que me deram gatilho — continua, a voz está diferente, até mais jovem.

— Isso não justifica, Ágata Maria! — A segunda voz continua gritando, extasiada. Posso escutar passos rápidos, provavelmente dando voltas em… Ágata Maria?

— Ele vai ficar bem, acho.

— Você vai se desculpar — exige a outra mulher, posso até imaginá-la apontando um dedo na cara de Ágata. — E vai aceitar a proposta dele.

— Não mesmo! Já te disse que não vou voltar para aquele lugar. NUNCA! — Posso sentir ela pronunciando a palavra com todas as letras maiúsculas, está firme na própria decisão, como eu estava antes de me contradizer e satisfazer a vontade de Jorge.

— Quer que aconteça com ele o mesmo que houve com você? — Silêncio. A mulher pareceu ter jogado seu Ás na conversa, ganhando diversos pontos extras por ter calado Ágata. — Não seja egoísta, não seja como seu pai!

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