Forgiveness

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1 John 1:5

Light and Darkness, Sin and Forgiveness

This is the message we have heard from him and declare to you: God is light; in him there is no darkness at all.


Notas: Eu particularmente gosto muito desse capítulo. Na verdade acho que a gente se esforçou muito pra escrever o finalzinho dessa história, mesmo que fosse quarentena na época e ninguém estivesse vivo por dentro. É isso, espero que gostem 💙//

Se existia uma coisa que Sanji sabia não ser, era burro. Ele conseguia compreender o clima pesado que estava pairando entre os dois. Eles mal estavam trocando palavras, Zoro sequer tentava ser sutil enquanto o evitava, ficando sempre enfurnado na igreja, mesmo nas horas que o loiro sabia não ter mais ninguém lá. Mas, quando estava voltando para o único lugar que poderia chamar de casa, ele se iludiu achando que tudo ficaria bem e conseguiriam resolver seus problemas. 

Estava completamente errado. Sua presença ali não era nada bem-vinda e a cada dia que se passava, parecia que os dois estavam ficando mais e mais distantes. Por mais que ele não estivesse fazendo nada para aproximá-los outra vez, percebia que não era da vontade do padre que fizessem as pazes, então nada mais natural do que ir embora definitivamente. 

Infelizmente, ele não queria isso, não de novo. Se tivesse lembrado de sua promessa da última vez, nada disso teria acontecido. Mas, se fosse embora novamente, sentia que não haveria mais nenhuma forma de reconciliação. Sua promessa naquele instante parecia vazia e não ter mais nenhum significado, Zoro mal olhava para ele e nas raras vezes em que olhava, estava carregado de dor e talvez até ódio, ao menos na visão de Sanji. Deveria ser mais simples. 

Em compensação, o loiro passava praticamente todo momento observando-o de longe, desejando abraçá-lo e confortar o homem que amava, mesmo que achasse que ele fosse a última pessoa de que Zoro desejava ter algum conforto naquele momento. 

E Sanji estava certo em achar isso. Porque Zoro não conseguia perdoá-lo tão fácil, não conseguia deixar-se se aproximar de Sanji novamente e cair em tentação depois de tudo. Ele ainda estava magoado, ainda não estava disposto a fingir que nada havia acontecido, a esquecer o ano inteiro que passou sozinho. Não iria expulsar o demônio, mas também não fazia questão de se dirigir a ele, não se importando se isso frustrava o outro ou não.

Todos os dias, eles tinham uma espécie de rotina muda, Sanji fazia o jantar e Zoro lavava os pratos, mas nenhum dos dois falava uma palavra e Zoro, é claro, evitava ficar muito tempo próximo do íncubo. Eles eram bons em conviver sem muita comunicação, haviam se tornado especialistas em decifrar os gestos um do outro afinal, mesmo que isso fosse há tanto tempo. Então era natural que caíssem nesse tipo de rotina, como acontecia naquele momento em que Zoro lavava todos os pratos que os dois haviam acabado de usar no jantar.

O que incomodava o padre, no entanto, era o fato de sentir em suas costas os olhos de Sanji o seguindo em cada movimento, o encarando tão atentamente que já estava o deixando irritado. Ele preferia esquecer da existência dele naquela casa na maior parte do tempo, mas o loiro não parecia que facilitaria seu trabalho, quase fazendo buracos em suas costas de tanto olhar para elas enquanto Zoro esfregava os pratos com irritação.

— O que é que você quer? — Ele cedeu, perguntando num tom impaciente, embora ainda um tanto contido e indiferente.

Sanji moveu a boca para responder, mas percebendo o ódio na intimação do outro, preferiu se calar, cravando as pequenas presas profundamente em seus lábios tão forte que sentia o gosto de sangue invadindo a língua. Antes que desabasse na frente do outro, resolveu sair e se trancou no banheiro, passando a noite escondido e sozinho. Zoro não facilitava, mesmo que tentasse constantemente uma aproximação, ele conseguia perceber que não era isso que o outro desejava, voltar tudo como era antes. 

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