Jealous.

2 - There is nothing to forgive.

Chovia;

E até às pequenas gotas que batiam contra o vidro da janela lhe traziam memórias únicas sobre seu único amor, o vento fraco balançava as folhas miúdas da árvore que há pouco tempo fora plantada ali. O som melódico de sua voz ecoava janela a fora enquanto a tristeza e melancolia que sentia, escorriam por seus dedos na criação de uma nova música.

Há exatos um mês que seu vídeo em um programa de talentos viralizou, desde então, o jovem Jeon depositava todas as suas esperanças na ideia de que Hoseok veria; Jealous era a sua maior e mais sincera jura de amor.

—  Posso entrar?

— Você já entrou.— Desligou o seu gravador de voz e sorriu terno na direção do seu irmão.—  Pensei que não voltaria nunca pra casa, o que faz aqui, Minnie?

—  Vim ver você. Papai e mamãe me ligaram, disseram que já faz tempo que você não sai desse quarto...—  Por mais que demonstrasse estar descontraído, sua face deixava claro o quanto estava preocupado com o Jeon mais novo.—  Precisa conhecer outra pessoa, Goo. Precisa seguir em frente.

— Me relacionar novamente não é seguir em frente, Jimin. É tampar um buraco, desejar uma pessoa estando com outra, é fingir que o amor de vocês não existe. E o meu existe, estou seguindo a minha vida, só não quero ninguém nela.

—  Tudo bem, garotão. Você que sabe, só fica bem, ok? Eu te amo.

— Também amo você, garotinho.— Com uma feição clara de deboche e um risinho divertido nos lábios bonitos, Jeongguk se despediu do seu irmão ao vê-lo atravessar a porta de seu quarto.

"I am jealous of the wind that touches your skin."

Seu tênis tocava o asfalto molhado, seu casaco o protegia pouco da chuva que estava mais intensa do que deveria, seu destino era claro, a cafeteria que ficava a pouco mais de um quarteirão da sua casa; foi ali que deu o beijo mais memorável da sua vida, no banheiro depois de Hoseok perder completamente a vergonha e sussurrar em seu ouvido o quanto queria beijá-lo. A mesma cafeteria que esteve boa parte do seu tempo com ele.

Tentava a todo custo esconder-se por entre as roupas pretas e pesadas, desde o seu acesso de coragem no mês passado, e de seu vídeo cantando ter recebido mais visualizações que esperava, as pessoas o reconheciam constantemente na rua, era uma cidade pequena afinal.

—  Um cappucino, por favor.

—  Claro, eu posso te fazer uma pergunta?— disse um atendente desconhecido, provavelmente novo por ali.

—  Fique a vontade.

—  Você é o menino da televisão, não é?

— Oh! Sim, sou.

— Umas pessoas querem tirar foto com você, se não for muito incômodo.

— Claro, por que não?

E enquanto rodeado por alguns de seus admiradores, Jeongguk sequer percebeu uma presença um tanto quanto inesperada demais naquele momento; Hoseok sentou em sua frente, os cabelos e roupas molhadas pela corrida despreocupada em meio ao que seria uma tempestade, e a mesma face descontraída de sempre. Esperou que seu ex notasse sua presença e enquanto não acontecia, passou a observar cada detalhe do sorriso infantil, dos olhos escuros e grandes e do cabelo caindo em seu rosto; lindo, tão lindo que o Jung sequer escondeu a saudade que sentia.