20-GAR GEE NANG🔥(Penultimo)

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Horas depois liguei na senhora Eleonora e pedi que me encontrasse, era algo urgente.

Dia seguinte de manhã fui no local marcado, minutos depois ela chegou.

Eu: obrigado por aceitar se encontrar comigo aqui.

Ela ficou a olhar nas duas mulheres que estavam sentadas comigo.

Eu: não te preocupes com elas, estão meio mortas e só falam Hokkien, senta?

Ela tirou seus óculos e se sentou.

Eu: jogas comigo?!

Ela recebe os dados e lança na mesa.

Começamos a nos repartir as peças.

Eu: minha mãe me ensinou como jogar, me disse que Mahjong me ensinaria as habilidades importantes para a vida diária. Negociação, estratégia, cooperação.

Arrumava minhas peças.

Eleonora: você me pediu que viesse aqui, suponho que não é para uma lição de Mahjong.

Começamos a jogar a meter as peças no meio da mesa.

Eleonora: Pong.

Ela fez 30 pontos.

Eleonora: minha mãe também me ensinou a jogar.

Aquele ar dela de superioridade, sempre me deixava impotente, mas eu precisava fazer o que vim fazer.

Eu: eu sei que Nick, contou a verdade sobre a minha mãe, muito antes de eu vir para cá, mas a senhora não gostou de mim desde o primeiro momento que cheguei aqui. Porque senhora?!

Eleonora: existe uma frase Hokkien **GAR GEE NANG** significa NOSSA PRÓPRIA CLASSE DE GENTE, e tu não pertences a nossa classe.

Eu: porque eu não sou rico?! Porque eu não fui a um internato britânico?! Ou não nasci numa família milionária?!

Eleonora: és um estrangeiro, um estadunidense. E único que pensam os estadunidenses é só na sua própria felicidade.

Eu: não queres que Nick seja feliz?!

Eleonora: é uma ilusão, a gente entendeu como construir coisas que duram, algo que tu não sabes nada.

Ela só queria me machucar ainda mais.

Eu: a senhora não me conhece.

Eleonora: mas sei que não és o que o Nicolas necessita.

Permaneci uns instantes em silêncio.

Eu: bem, ele me pediu em casamento ontem.

A cara dela mudou completamente. Claro que consegui atingir ela, ela desceu do seu salto alto com a cara no chão.

Eu: disse que vai se afastar da sua família e de ti para sempre.

A gente ficou em silêncio uns segundos.

Eu: e não te preocupes senhora, eu disse não.

Eleonora: só um tonto rejeita uma mão ganhada.

Eu: não tem forma de ganhar.- disse organizando minhas peças.- a senhora assegurou isso.

Eu: porque se o Nick me eleger, perderia sua família.- disse pegando uma peça de 50 pontos.- e se ele eleger a sua família, passaria o resto da sua vida resentido contigo.

Olhei na peça e meti no centro da mesa, uma das senhoras queria jogar. Ela faz sinal para dar oportunidade para ela.

E ela tira uma peça e completa as 10 peças de 50 pontos e mostra seu jogo, significando que ela ganhou o jogo.

Eleonora: então você escolheu por ele.

Eu: eu não vou embora porque tenho medo, ou acreditei que não seja suficiente. Porque talvez pela primeira vez na minha vida.- deixei cair uma lágrima.- Eu sei que sou, eu realmente amo o Nick, sei que a senhora nunca aceitou sua orientação sexual, que o próximo que vira, não será suficiente, porque simplesmente a senhora resolveu fingir para o seu filho que aceitas o que ele é, só para manter ele do seu lado, e espantar todos que se aproximem dele.

Eleonora: você não sabe nada.

Eu: talvez não, mas eu não quero que ele volte a perder sua mãe, então, só queria que soubesses que um dia, quando ele casar com uma mulher ou um homem, afortunado, que sim seja suficiente para ti, e estejas a brincar com os seus netos, enquanto os Tan Huas florescem, e os pássaros estiveram a cantar, quero que lembres que isso só aconteceu por minha causa, um pobre, criado pela sua mãe solteira, de classe baixa, imigrante, e sem ninguém mais.

Mostrei meu jogo com 10 peças de 100 pontos.

Eu ganhei o jogo e já não tinha nada mais para falar ou fazer ali.

Levantei de onde a gente estava e fui me encontrar com a minha mãe.

Sara: estas bem?!

Eu: estou ótimo mãe, agora podemos ir.

Sara: tens a certeza filho?!

Eu: tenho, penso que chegou a hora da vida continuar não é assim. Deixar esse lugar e começar de novo.

A gente voltou para casa para fazer as nossas malas.



________ continua...

Pobres de RicoWhere stories live. Discover now