Capítulo 22

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CHRISTOFFER

Coloco o lápis na mesa e o dedo indicador no queixo pensando em Teresa.

Ontem Santiago a beijou, fiquei esperando que ela o empurrasse mas não, ela aceitou! Logo Teresa, minha Teresa, que é tão difícil, ninguém tocava nela, aquela mulher é cheio de
mecanismo de defesa e o que recebi ontem foi um tapa na cara por tentar beija-la! Aquilo foi insano, e sinceramente não sei porque me afeta tanto quando eu vi aquilo, por um lado é bom, iriamos nos afastar mais um do outro. Mas que merda... Acho que nunca me senti tão
inquieto como agora.

- Fala amigão! - Santiago entra no meu escritório e eu me assusto

- O que faz aqui?

Ele me olha confuso e se senta na cadeira de frente pra mim

- Acordou com o pé direito? Vim ver meu melhor amigo.

- Hum.

Acho bom ele não falar de Teresa.

- Teresa e eu nos beijamos. - ele fala e eu continuo olhando pra ele sem expressão - a mulher é um foguete! - abanou a camisa - um mistério total.

- É. - voltei a atenção pro meu desenho

- Estava pensando em chamar ela pra sair, mas não quero ficar tão em cima sabe? Pra não pressionar. Ela parece ser daquelas que desiste fácil do cara, espero não ser esse cara. Acho
que ela iria gostar de mim? Eu podia levar ela pra comer uma pizza que é algo mais simples ou sei lá, será que ela gosta de pizza? Bobagem quem não gosta de pizza - coloquei a mão na testa - cara o beijo dela... Magnifico! Achei que ela beijaria mal, sabe como é, estamos falando de Teresa provavelmente deve ser uma santa, mas aquele beijo... É como se tivesse se encaixado sabe? E além do mais ela é bem cheirosa! E sabe o que mais?? Ela disse que não usa perfume!!
- sorriu feito um bobo - Quem é tão cheirosa daquela forma e não usa perfume?? Mas eu
pensei...

- Santiago. - falo e ele me olha - da pra parar de falar de Teresa? - suspirei alto

O silêncio paira, e ele me olha um pouco chateado. Merda, que tipo de amigo estou sendo? Ele não teve culpa, na verdade... Ninguém teve, e também não tenho o direito de interferir.

- Ela me disse que você usou ela - falou e eu o encarei

Esperei ele dizer mais mas ele não disse. A verdade é que... Mesmo eu ficando chateado com
Teresa por ela ter jogado meu vestido na lareira ainda me sinto mal pelo que fiz.

- Eu pedi desculpas. Ela não aceitou. - falei atordoado mas acho que ele não percebe. Ainda bem.

- Demorou dias pra ela me perdoar por ter agarrado ela, sinceramente... Acho que ela não vai te perdoar tão cedo.

Porra... Obrigado Santiago. Primeiro eu uso ela, depois a agarrei, está concreto, Teresa me
odeia. É isso. E quer saber? Eu não dou a mínima...

- Ela vai superar. - falo - pode voltar daqui uns minutos? Falta a última peça pra mim terminar.

- Claro - se levantou - eu já estava de saída, se cuida hermano.

Santiago sai e eu amasso o desenho e jogo no lixo.

Pessoas em geral são difíceis de lhe dar. Por que eu não nasci num zoológico? Sendo tucano,
um papagaio um macaco ou sei lá? Animais não devem ser tão complexos.

Vou até o banheiro lavar meu rosto e escuto a porta se abrindo.

- Pensei que tinha ido. - falei para Santiago e saio do banheiro. Mas não é Santiago. É Denise. E
inclusive ela está pelada.

O Ceo E A Roceira + 18Onde histórias criam vida. Descubra agora