Terceiro Ano: Ligados pela Biologia

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A chamada caiu na caixa postal pela quinta vez. Um suspiro longo e triste saiu pelos lábios da Hyuuga ao encarar a foto de Shikamaru na tela. Vinha tentando, sem resultados, entrar com contato com ele desde a declaração que recebeu no auditório. Mandou e-mails e mensagens de texto; fez ligações; tentou encontrá-lo na Universidade, mas tudo em vão.

Shikamaru nem mesmo foi no dia de sua formatura.

Decepcionada, Hinata guardou o celular no bolso. A última coisa que queria que acontecesse era que o jovem preguiçoso saísse de sua vida e a única pessoa em que podia pensar era nele. A situação ficou tão tensa que, durante as férias de verão, acabou viajando para a "semana do saco cheio", algo que nunca fizera na vida, e aceitou o convite que Uzumaki Naruto lhe fez para saírem.

Ela só precisava parar de pensar nele.

Entretanto, nem tudo foram flores para a jovem cientista.

Quando voltou das férias, estava exausta. Tinha passado mais tempo tentando parar de pensar em Shikamaru do que realmente aproveitando suas férias. Naruto, que deveria ser uma bela paixão de verão, acabou se mostrando um chato incorrigível que só sabia falar sobre carros e futebol americano. A Hyuuga realmente não teve paciência para aguentá-lo e, no último dia de viagem, terminou qualquer coisa que estavam tendo.

Agora, de volta à Universidade, Hinata decidiu que não iria fazer mais nada além de se dedicar a sua pesquisa. Ao colocar os pés dentro de Havard para seu último ano, ela se deparou mais uma vez com a grande pintura do DNA pendurada na parede dos fundos do laboratório. Ela tinha apenas um objetivo quando colocou seus pés ali, no entanto, parecia que sua pesquisa tinha ficado de lado por causa de outras coisas. Decidida, Hinata ergueu sua cabeça. Tudo que não fosse relacionado a biologia seria deixado de lado.

A prioridade da Hyuuga seria terminar sua dissertação em tempo recorde.

***

Contudo, os planos da jovem cientista foram por água abaixo bem rápido. Apenas dois meses após o início das aulas, Naruto reapareceu na vida dela. O loiro era insistente como um cão caçando alguma coisa e isso começava a irritar a Hyuuga. Para evitá-lo, a jovem acostumou-se a esconder-se dentro da sala dos professores quando apenas seu orientador, Asuma, estava presente.

— Tem certeza que essa é a melhor opção?

No entanto, Asuma sempre acabava fazendo perguntas que ela não queria responder.

— E o que seria uma opção melhor?

— Dar um fora nele, oras.

Hinata lançou um olhar magoado para o professor.

— E o senhor acha que eu não fiz isso?

— Pelo jeito, não foi convincente o suficiente.

A expressão da Hyuuga se tornou ainda mais azeda. Ela não queria falar sobre isso, mas realmente achava que tinha sido convincente o suficiente com o outro. Um suspiro longo e arrependido saiu de seus lábios – se fosse possível, Hinata voltaria no tempo, antes das férias, e diria para si mesma para escolher outra pessoa para ajudá-la a se esquecer de Shikamaru. Lembrar-se do gênio não ajudou em nada seu humor e um bico surgiu em seu rosto.

Asuma, que observava as reações da aluna com profundo interesse, conteve uma risadinha. Queria tanto contar a novidade que tinha em sua manga, mas tinha feito uma promessa. Gentilmente, deu dois tapinhas no ombro dela.

— Fique tranquila, as coisas melhorarão em breve?

— Hunf, fale isso mais algumas vezes, professor, e talvez eu acredite.

DNAWhere stories live. Discover now