Thomas ficou ali por um curto período de tempo, apenas apreciando a voz doce e suave de Nancy até finalmente criar coragem para bater na porta. E quando o fez, tentou ser o mais discreto possível.
- Teresa? - ela indagou baixinho, aproximando-se para abrir a porta. - Que bom que você já...
- Não, sou eu. - Thomas sorriu quando Nancy abriu uma fresta, o suficiente para ver o seu rosto. - Eu vim ver se tá...
Antes que ele concluísse, a ruiva pegou no braço esquerdo o amigo e o puxou para dentro, fechando a porta rapidamente e em silêncio depois disso. Thomas, porém, começava a ficar confuso.
- O que você tá fazendo aqui, Tom? - Nancy perguntou, seu tom era um misto de frustração e medo. - Era... Você tinha que ir pro seu quarto!
- Eu só vim ver se tá tudo bem. - ele respondeu, erguendo as mãos como se se rendesse. - E não aconteceu nada com a gente. Não encontramos ninguém no caminho e nem vamos encontrar.
- A gente também pensava que não ia encontrar ninguém até abrir a porta e dar de cara com o Bert, Tom! - ela rebateu, já com lágrimas nos olhos.
- Ei, não! Não chora, Nancy. Tá tudo bem. - Thomas se aproximou e segurou os braços de Nancy com delicadeza. - Sabe o que a Doutora Crowfford me contou? Não tem problema nenhum a gente se encontrar na sala de manutenção durante a noite, desde que a gente não fique em outros cômodos e nem vá dormir muito tarde.
- E por que o Bert fez aquilo com a gente, então?
- Porque ele tava doente. Vem. Senta aqui. - Thomas a puxou para se sentar na cama e a abraçou, esperando que aquilo fizesse com que Nancy se sentisse melhor. - Não precisa ter mais medo, tá bom? Já passou. Já passou.
Nancy deu uma fungada e abraçou Thomas de volta, ficando com a cabeça deitada no seu ombro por um tempo.
- O que aconteceu com o seu braço? - ela perguntou, apesar de já ter notado o gesso nele muito antes.
- Bert trincou meus ossos. - ele respondeu, esfregando o braço da amiga. - Se você não tivesse mordido ele, aquele maluco teria esmagado o meu braço.
- Não brinca! - a menina o encarou, incrédula. - É sério?
- Sim, mas eu tô bem. Eu vou ficar bem.
Nancy sorriu para Thomas, aliviada. E isso o fez sorrir também. Ela logo voltou a deitar a cabeça no ombro dele, apreciando o carinho que recebia no seu braço esquerdo enquanto cantava algumas músicas que tinha aprendido com a mãe três anos atrás.
- Você canta muito bem. - Thomas sussurrou para Nancy em uma das suas pausas.
- Sério? - ela sussurrou de volta, afastando-se para encará-lo nos olhos.
- Sério. - sorriu. - Eu... Eu ouvi um pouco da sua voz antes de entrar. Sua voz é muito bonita.
- Obrigada. - Nancy abaixou a cabeça, um pouco tímida, mas não conseguia deixar de sorrir.
Os dois ficaram mais um tempo em silêncio, mas sem se abraçar dessa vez. Quando Nancy bocejou e esfregou os olhos, Thomas olhou para o relógio digital em cima da mesa de cabeceira entre a cama dela e de Teresa, vendo que já era quase meia-noite e meia.
- Nancy, acho melhor você se deitar. - ele sugeriu, conhecendo que Nancy não era do tipo que conseguia virar a noite.
- Boa ideia. - ela bocejou mais uma vez, deitando-se direto por só estar calçando meias.
Thomas riu baixinho por causa da resposta alternativa, cobrindo-a até o queixo com o cobertor enquanto Nancy fechava os olhos. Ele se sentou no chão, sem resistir à vontade de brincar com os cabelos vermelhos da menina.
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Before I Forget You《 Maze Runner Fanfic 》
Fanfiction[4/4] ▪ [CONCLUÍDA] Apesar de ter recuperado a memória, Nancy se lembra vagamente da sua vida antes do Labirinto, como se fosse outra encarnação sua, algo tão vago quanto um quarto vazio e tão sombrio quanto um porão sem luz. E ela não gostaria de l...