No dia seguinte, acordei e já estava batendo na porta do quarto onde os rapazes se hospedaram. Estranhamente, não recebi resposta. Vi então Cormano passando no corredor, me avisando:
— Buenos días, señorita Helena! Los muchachos están comiendo aquí abajo. Queira vir con nosotros, sí?
Aceitando o convite, desci com ele até onde estavam os outros caras.
— Bom dia! — disse tentando ser educada.
— Bom dia! — Billy e Bob me responderam, mas Steve apenas me encarou rapidamente e voltou a comer o que estava comendo. Creio que ficou mordido com o clima que houve entre ele e Cormano por minha causa no dia anterior...
Na mesa daquele café-da-manhã, os quatro homens começaram a falar sobre a importante missão que começaria hoje:
— Então cavalheiros — disse Billy —, iniciaremos hoje a nossa caçada a Simon Greedwell. A recompensa é de $10.000... Antes ficaria para cada um $2.500, mas com a menina — "É Helena!", pensei —, cada um ficará com $2.000, certo?
— Espera aí! Eu vou ter que ir com vocês? — perguntei rapidamente.
— Por supuesto, chica! Adonde ficarías sen nosotros? — respondeu Cormano.
— Mas pessoal... Eu...eu não quero ir nessa caçada com vocês, é perigoso para mim... Eu também não quero esse dinheiro! — falei aflita.
— Como? — Steve, que até então estava calado, quase deu um salto da onde estava sentado depois do que eu disse.
— Preciso repetir? — rebati impaciente, era minha hora de ser mal educada também. — Eu disse que não quero ir e nem quero o dinheiro.
— Pero... Señorita Helena... No tens nada aquí... Cómo irá ter sus cosas? — indagou Cormano preocupado.
— Bem pessoal, não quero que cada um ganhe menos por minha causa... Essa missão é de vocês, não minha. Eu só quero voltar pra minha casa...
— Todos queremos, chica! Por eso estamos aquí.
— Quem exatamente dará esse dinheiro se pegarmos esse tal de Greedwell? — perguntei.
— Senhorita Helena, não viu os cartazes espalhados pelos comércios por aí? — Era a vez de Bob tomar a palavra. — Quem vai dar esse dinheiro será o próprio xerife daqui da cidade.
Quando ouvi a palavra "xerife", duas coisas estalaram na minha mente. A primeira é que literalmente eu poderia estar em um cenário de filme de Velho Oeste. A segunda é que, de acordo com esses filmes, o xerife é uma autoridade. Logo, eu tendo um pouco de dinheiro e conseguindo conversar com ele, quem sabe eu não consiga voltar para casa? Com a primeira ideia ainda latejando na minha cabeça e enquanto os outros continuavam a conversa, perguntei discretamente para o rapaz daquele grupo que estava conquistando a minha confiança:
— Cormano, acabei me esquecendo, mas que dia é hoje?
— Hoy es 15 de septiembre de 1845, señorita.
Quase caí da cadeira, mas consegui me controlar para não fazer uma cena.
"— 1845! 1845! 1845!" — pensava compulsivamente.
De repente, me lembrei de quando estava ainda com Jennifer e quando li aquela carta do pai dela datada como o ano de 1986. Somei isso àquelas palavras dela que ainda ecoavam na minha mente e questionei para mim mesma:
"— Estaria eu então voltando no tempo tal como em Chrono Trigger? Será que é por isso que Jennifer falou aquilo de eu estar no mundo dos jogos?"
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The Bitsmaster
FanfictionHelena Cortez é uma menina de treze anos que adora jogar vídeo-games e que se muda com seus pais para uma nova cidade. Após uma confusão com uns encrenqueiros da escola nova, ela conhece Manoel, o senhor Manu, dono de uma lojinha de games e que lhe...