A briga!

7.2K 452 13
                                    

Cheguei na casa da Sofi e não tinha ninguém, Rapha me trouxe até a porta e depois foi embora me dando um beijo na bochecha. A Tia Natalie deve ter saído, como toda noite. Me deitei no sofá, não deitei é pouco, me joguei no sofá, fez um barulho incrivelmente alto, a madeira que tinha lá bateu em minhas costas e doeu muito. Comecei a rir feito retardada, me joguei no chão de tanto rir, mas pouco depois, me lembrei da cena e chorei mais um pouco. Estava sentada no chão da sala, encostada no sofá, com minha cabeça encostada em meus joelhos, olhando para o chão e fazendo círculos invisíveis no chão.

-Ele não pode me ver assim, ele não pode me ver chorando, ele não pode achar que eu sofri tanto assim por causa dele, mesmo que eu esteja sofrendo muito, mais do que imaginam- levantei a minha cabeça e limpei as lágrimas- eu vou superar, vou sair!

Me levantei do chão, e me direcionei para o quarto de Sofi. Peguei minha mala, achei uma saia preta de tulê linda, e uma blusa azul marinho, coloquei um salto não muito alto preto e arrumei meus cabelos, que ainda estavam cacheados. Passei uma maquiagem preta e fui para a cozinha comer algo. Peguei um saco de batatas fritas e fritei. Fui para a sala comer. Liguei a televisão e comecei a ver Bob Esponja, e sim, eu gosto de desenhos, principalmente Bob Esponja e Hora de Aventura. A porta se abriu e de lá vieram todos os meus amigos menos Bryan.

-Nossa Kat, vai sair com o Bryan?- Johnny perguntou, andando com as mãos na cintura de Sofi.

-Primeiro, não me fale desse idiota... segundo, vou sair sozinha mesmo... e terceiro, já estou indo- fui para a cozinha, deixei meu prato lá e fui em direção a porta. Sofi estava lá, parada fazendo sei lá o que, puxei ela e falei em sussurro:

-Depois te conto o que aconteceu!- ela balançou a cabeça em um gesto de afirmação.

Saí pela porta...não Katherine, saí pela janela, enfim... fui para a rua e para não ter perigo, fui para a avenida principal, porque tinha mais gente.

Continuei pensando, o que eu estava fazendo? Me fingindo de forte? Mas eu não sou! Só me finjo! Eu sou fraca quando se trata de quem eu amo! E sim, eu amo o Bryan! Mas nesse momento, juro que não queria amar.

Andei por alguns segundos na principal de Nevada, e olhei para frente e adivinha quem eu vi? A vagabunda... sim, Alaska... vou fingir que não vi, mas ela me viu. Passei direto, nem olhei pra cara dela, se não voaria nequele pescoço.

-Vai fingir que não me viu, amor?- ela falou parando de frente para mim.

Continuei andando, fingindo que não vi e que não escutei.

-Nossa, tá assim porque, só porque peguei seu namorado?

-Nossa, eu não sabia que piranhas falavam, e a voz delas é irritante, bom saber disso, vou te levar para um laboratório de biologia para fazerem experiências com você, porque vai ser novo isso, uma piranha que fala!- falei e todos olhavam para nós.

-E eu te perguntei alguma coisa?- ela falou fazendo pose de patricinha mimada, nossa, como eu odeio essa garota, não vai ficar assim essa coisa.

-Não é pra perguntar, é pra você fechar o bico quando eu estiver falando- falei e um grupo de garotos que estavam nos olhando ficou gritando "WOW".

-Haha, você acha que seus comentários me atingem, sua vaca?

Ela me chamou de que?

Ela me chamou de vaca?

Foi isso mesmo produção?

Ahh, mas isso não fica assim!

Devia ter vindo de calça, não de saia, porque vou acabar com essa idiota daqui a pouco.

-Se eu fosse vaca, estaria agora no pasto com a senhora sua mãe!- e os meninos continuaram com o "WOW"...

-Acho que é junto com a sua, né garota, se você é louca, se interna no hospício!- a vaquinha da Alaska falou e os meninos fizeram "WOW" pra ela e depois falaram "NÃO DEIXAVA".

-Então porque você não se interna lá?- imitei a pose dela.

-Você está se metendo com a pessoa errada, vou fazer da tua vida um inferno!- ela falou e todos olharam para mim esperando uma resposta.

-Vai fazer? Não tem como ficar pior, eu já estou do seu lado- falei chegando mais perto dela- sua galinha!- falei apontando o dedo indocador na cara dela.

-Você me chamou de que? Repete agora na minha cara!

Ah, consegui estressar a Vaca... ops... a Alaska.

-Sua galinha, quer que eu escreva um bilhete? Ou desenhe? Além de galinha é burra?

Ela se aproximou de mim e me deu um tapa na cara, sério, ela estava se achando por fazer aquilo, mas não doeu nem um pouco, mas serviu para eu me estressar.

Peguei a mão que ela me deu um tapa, dei um impulso e ela caiu de bunda no chão, me posicionei em cima dela, coloquei seus braços no chão, um pouco a cima da cabeça e segurei bem forte, ia começar a fazer o que aprendi nas aulas de defesa pessoal, mas alguém chegou por trás e nos afastou.

Ah, caramba, isso sempre acontece, quando está quase chegando na melhor parte, nem quis saber quem era, só fiquei me debatendo nos braços dessa pessoa e gritando:

-ME SOLTA, DEIXA EU ACABAR COM ELA...

A galinha se levantou do chão, com ajuda de um homem e ficou me olhando assustada, me acalmei e a pessoa que me segurava, me soltou.

-Olha, você não devia ter se metido, se não fosse você, essa baranga estaria toda roxa agora e...- virei e percebi que era Bryan.

Nem terminei de falar, saí andando e fiz um olhar mortal para Alaska, do tipo "Não se mete mais comigo, sua baranga".

Estava voltando para casa e me sentindo ótima, me sentiria melhor se tivesse metido a mão na fuça daquela menina, mas não consegui, mas estava feliz mesmo assim.

-KAT, ESPERA.

Era Bryan, apressei o passo, mas, como não sou nem um pouco desastrada, tropecei em uma pedrinha minúscula no meio do caminho e caí de bunda no chão, me levantei rapidamente, mas Bryan me segurou pelo braço.

-Kat, me ouça!

-E se eu não quiser, o que você vai fazer?

-Kat, por favor, me deixa explicar!

-Não precisa explicar, eu vi, e sei o que aconteceu!

-Mas você não sabe como!

-Nem quero saber!

-Kat, por favor.

-Por favor? E você ainda pede, por favor? Bryan, você sabe o quanto eu sofri hoje? Você sabe o quanto eu chorei hoje? Eu chorei litros, só de pensar na Alaska, já me vem aquela cena horrível na cabeça e começo a chorar, só de lembrar- uma lágrima escorreu do meu olho- eu não quero saber como vocês se beijaram, também não quero saber o porque vocês se beijaram, a única coisa que eu quero é que você me deixe em paz... quanto mais tempo fico longe de você, mais eu esqueço daquela cena que vai ficar pra sempre nos meus pensamentos.

-Mas, você nem sabe o que eu quero falar com você!

-Claro que sei, é pra falar que não foi nada o que parece, que ela que te beijou, que você não queria, papo típico de garotos, mas eu fico pensando, o que você estava fazendo os 15 minutos que fiquei sozinha na praça chorando?

-Kat, me deixa te levar pelo menos pra casa, você está abalada de mais, pode se machucar...

-NÃO QUERO, EU SEI O CAMINHO, E EU NÃO ESTOU ABALADA!- eu já estava chorando muito.

Virei de costas para ele e fui em direção ao apartamento de Sofi.

Minha Nova VidaWhere stories live. Discover now