Capítulo4 - O Propósito

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Hyeme

03/01 /2015


Cuidar de um comércio próprio, seja ele grande ou pequeno, não é fácil. Pense nele como um filho, onde o mesmo deve estar com uma aparência impecável para impressionar os outros, não sei se é necessariamente assim, mas minha mãe me tratava assim então.
Felizmente eu contava com a ajuda de Judy, minha amiga de longa data, e Jackson, meu recém funcionário contratado.
Eu não diria que Judy é de grande ajuda, pois ela não estava nem aí pro café, e eu compreendo, viemos para Obatros com um único propósito.

-O que você acha de contratarmos pessoas novas? - Judy me pergunta olhando em direção a rua.

-Você acha realmente necessário? - Perguntei olhando pra ela meio confusa.

Estávamos voltando das compras, o "Café da Hyeme" precisa de alguns produtos, como matérias para o preparo do café, colheres e coisinhas pra enfeitar a loja. Andavamos pela calçada, com sacolas pesadas nas mãos e o sol escaldante nos nossos rostos.

-Bom, você que sabe, o café tem seu nome mesmo - Ela falou com um ar de deboche.

Eu que escolhi o nome, realmente não era nada criativo, mas Judy não se opôs.

-Eu não pensei que fosse durar tanto, sabe, pensei q… - Falei respirando fundo, sentindo o suor escorrer da minha testa para o meu nariz.

-Que íamos vim   para cá, resolver tudo e volta pra nossa  cidade de novo, no começo eu também achava, mas o universo não conspira ao meu favor, vai se fuder universo - Ela fala bufando com um tom de raiva bem aparente.

-Não se preocupe, logo nós iremos voltar pra nossa cidade e também não estamos presas aqui, podemos visitar nossos parentes e amigos sempre que quisermos - Falei tentando limpar o suor da minha testa, porém fui impedida pelas sacolas.

-A claro, o café e a nossa prisão Hyeme ! - Ela diz fingindo uma calma - esse café se tornou praticamente o nosso filho.

-Eu sei, não é fofo? - Digo fazendo um biquinho e forçando uma voz de bebê.

Judy olha pra mim bufando e revira os olhos, não sei como poderia caber tanto mau humor em um ser de 1,59.
Ainda andando naquele sol quente terrível, um homem que estava em frente a floricultura nos para.

-Flores para as moças bonitas? - Um homem moreno, alto, com um bigode fofo estende uma rosa vermelha na direção de Judy.

-Não obrigado, não morri ainda - Judy diz sem nem olhar para o moço e continua andando.

-Perdão pelo mal humor da minha amiga - Falo para o moço que pelo visto ficou sem jeito - eu vou querer algumas.

-Não se preocupe senhorita - Ele diz em um tom calmo - faço metade do preço pra você pois é muito gentil.

Tive certeza que nessa hora corei, já ia fazer um certo tempo que nenhum homem me olhava dessa forma.
Largo as sacolas na calçada para pegar o dinheiro na carteira,já com minhas flores em mãos me despedi do moço.

-Comprei algumas pra enfeitar a cafeteria, o que acha? - Falo indo na direção de Judy.

-Eu tenho ódio de flor, você gastou dinheiro atoa - Ela diz com o seu tom mal humorado.

-Aí,mas o moço foi tão simpático - Eu digo olhando pras rosas.

-Claro, ele queria vender né! - Ela diz balançando a cabeça no negativo pra mim.

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⏰ Last updated: Feb 20, 2021 ⏰

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