CAPÍTULO 12

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EMERY.

— E você mais nunca andou de cavalo? — Kaleb pergunta, enquanto rio pela história que acabei de contar. Meu trauma com cavalos depois que leve um tombo na fazenda do meu avô.

— Não tenho coragem. — Dou mais um gole na vodca, misturada com um suco de limão.

    Eu só estou tentando ignorar o Nick nessa festa. Kaleb, um garoto da escola, foi o primeiro quem apareceu, me oferecendo sorrisos e flertes ruins. Desde sábado, não venho respondendo as mensagens e ligações do meu melhor amigo, estou tão irritada por ele ter me tirado da festa por nada. Por simplesmente ter tido vontade, intrometendo na minha possível transar. Daniel, amigo do Charles, era um pintor, extremamente lindo e encantador. Eu poderia facilmente abandonar minha paixão por Nick para me apaixonar por Daniel. Tenho certeza que teríamos uma ótima transa, se não fosse o idiota me arrastando pra fora do quarto, deixando a Alisha pra trás. Eu realmente achei que ele estava com problemas. Mas, claro que não, provavelmente só não conseguiu garantir a própria noite e lembrou da minha existência.

— Posso te levar algum dia na fazenda do meu pai. — Ele sugere, maliciosamente. — É bem espaçoso, tem diversos cavalos.

Solto uma risadinha, me divertindo. — É espaçoso apenas para os cavalos?

     Do outro lado da sala, uma tosse forçada me chama atenção. Viro em direção, vendo o Nick se remexendo no sofá. Alguns olhos curiosos e surpresos estão me encarando, ou melhor, intercalando entre me encarar e observar o Nick.
      Sam resolveu dar uma festa privada, apenas para alguns amigos. Gustavo, Charles, Vanessa, Alicia e o Kaleb, todos seus amigos de classe. Alisha e eu somos as únicas do segundo ano. Nick tentou vir falar comigo quando cheguei, mas apenas o ignorei, indo direto para cozinha atrás de álcool. Hoje é segunda, meus pais viajaram com Auden e amanhã pretendo matar aula dependendo do meu estado pós bebedeira dessa noite.

— Ei, ruiva, de onde você veio? — Charles quebra o silêncio desconfortante.

— Noruega. — Ela entrega um sorriso sugestivo.  — Por que?

— Gostei do seu sotaque, é delicioso de se ouvir.

— Meu Deus, Charles! — Gustavo solta uma risada. — Você não consegue se controlar?

— Não estou mentindo. — Defende. — Se sentiu desconfortável com meu comentário, ruiva?

— Nem um pouco. — Allie estala a língua — Iria dizer que você poderia se deliciar com outra coisa, além do som da minha voz.

      Solto uma gargalha alta, junto com o resto da galera presente na sala. Quando chegamos, Charles não teve um pingo de vergonha em descer seu olhar por todo o corpo de Allie, assim como ela o fez com ele. Os dois se atraíram de cara, sem esconder ou fazer graças.

— Nós deveríamos fazer um jogo. — Charles diz, concentrado em Alisha, mas sua sugestão é para todos.

— Lá vem você com essas merdas. — Vanessa resmunga.

— Vai ser divertido! — Ele pega uma garrafa de tequila no chão, colocando-a no centro da minha. — Mas nada de criancice, é o seguinte: cada pessoa vai perguntar ou desafiar alguém a fazer alguma coisa, caso a pessoa não quiser responder ou cumprir, vai beber dois shot de tequila.

— Isso soa como criancice para mim. — Sam comenta.

— Que se dane! Gosto de confusões, precisamos deixar essa festinha mais divertida. Eu começo. — Contrapõe, enchendo dois copinhos com tequila. — Alicia, com quem você estava transando na cabine do auditório?

RETROUVAILLES  I - Nova versãoWhere stories live. Discover now