Capítulo 32

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        Ela soltou um grito abafado, segurando-se na parede mais próxima para se apoiar.

       A raiva de Voldemort borbulhava dentro de si como lava quente, incendiando-lhe os nervos e aguçando a Magia Negra que a consumia diariamente. Conseguia sentir o homem gritar e usar a magia de ambos para destruir o que quer que estivesse à sua frente, enfraquecendo-a no processo.

       O feiticeiro adentrou no seu quarto com violência, apontando-lhe a Varinha de Sabugueiro, num ato de fúria. Atarantada, Laurel sentiu o seu corpo ser erguido no ar, as mãos indo em direção à sua garganta num instinto primitivo de tentar impedir que a magia a estrangulasse.

- ELE SABE?!

        Laurel sentiu o sangue fugir-lhe do rosto à medida que a respiração lhe falhava. No meio do seu desespero, queria mais do que tudo usar a sua magia para se defender mas, para além de não poder enfrentar Voldemort diretamente, estaria a desperdiçar o seu último trunfo. Precisava dele, custasse o que custasse.

        Zonza e em pânico, a ruiva abanou a cabeça, tentando a custo falar:

- O-o q-que..

- O Potter! Ele sabe sobre os meus Horcruxes?!

- E-Eu...

- RESPONDE-ME!

         Laurel rangeu os dentes, enfurecida.

- EU NÃO CONSIGO!

         Com um rugido, Voldemort deixou-a cair no chão com violência, levando-a a torcer o pé com violência na queda. A ruiva gemeu de dor, procurando erguer a cabeça para o enfrentar.

- Não sei. - respondeu, sem vacilar.

- Dumbledore descobriu, não foi? E transmitiu a informação ao seu cachorro de estimação, foi isso?!

          A Ravenclaw abanou a cabeça, levantando-se vagarosamente do chão. As dores no pé subiam-lhe em ondas pelo corpo acima, numa ligeira tortura que Laurel não esperara sentir tão cedo. Apoiando-se nos braços do único cadeirão no seu quarto, sentou-se, olhando para o Lord com deboche.

- Puseste uma parte da tua alma num diário onde a tua memória ganhou vida e decidiu atormentar crianças de onze anos. Achas que ninguém iria perceber o que aquilo realmente era? - Laurel bufou, impaciente - Os símbolos dos fundadores? A sério? Podes ser mais óbvio do que isso?

- Ele encontrou a taça de Hufflepuff. - sibilou Voldemort, fora de si - Com certeza por causa daquela intrometida da Herdeira de Hufflepuff! Quantos mais ele já achou? Quantos é que ele sabe que existem?

- Se foi Dumbledore que lhe disse, então ele sabe que são seis. - respondeu Laurel, observando-o atentamente, tentando perceber até que ponto Voldemort sabia as consequências dos seus atos - Quanto aos que ele já encontrou, não faço ideia. Dois já foram destruídos: o diário e o anel de Marvolo Gaunt. Dumbledore destruíu-o. Quanto ao resto? Não faço ideia.

           A criatura à sua frente baixou os olhos, pensativa. Laurel recostou-se no cadeirão, analisando-o, percebendo com certa graça que Voldemort não fazia ideia do que acontecera na noite em que tentara assassinar Harry, quando ele era apenas um bebé. O coração de Laurel apertou-se, ciente do que o Menino-Que-Sobreviveu teria de fazer e qual o papel que iria desempenhar na altura certa mas nada podia fazer quanto isso. A sua mente vagueou, perguntando-se a si própria se Dumbledore saberia que Harry era apenas mais um Horcruxe criado pelo idiota do Riddle e se teria consciência sobre o que a Profecia dos Herdeiros a forçaria a fazer.

         Quem é que ela estava a querer enganar? Dumbledore sabia tudo. Era feito da mesma matéria que ela, um estratega até à morte.

- Tu vens comigo. - rosnou Voldemort, segurando-a pelo braço.

RUBY [4]⚡ HP ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora