Não sou imortal

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Data: 25/02/2021

Às vezes penso no que sou
E no que me tornei
Às vezes penso que navego as sós
Para me sentir em paz
Às vezes quero ser feliz com alguém pra me alegrar

Às vezes quero ouvir uma música para
Deixar o canto vagar e ver a imaginação nos carregar

Às vezes quero dançar
E ver o luar e as estrelas brilhar

Às vezes me sinto perdida
E me vejo em uma maré de sangue transbordar

Não sou imortal
Respiro fundo e enfrento obstáculos duro

Quero andar na escuridão
Desfrutar o mar o horizonte
Tomar uma gelada
Rir com a rapaziada
Chorar no meu lamento as sós
Espantar minha dor por uma noite calada
E guarda a angústia quando tiver as sós

Às vezes quero gritar
E baixar minha voz com o travesseiro pra ninguém escutar

Às vezes só quero ser amada sem exigir
Às vezes só  quero te amar pra não ter que te iludir

Mais as lágrimas escorrem
E eu me coloco a um rio a transbordar
A maré já não pode matar minha sede

Deixa o canto influir
Deixa a natureza clamar
E a rosa brotar
Pra depois ter que ver vaiar
Pela dor do espinho que inflamou em mim

Sinta a brisa
Não diga que não faz diferença
Gira com planeta
Roda com o mundo
Mais não afunda com o maré

Me ver sangrar não é minha intenção
Apenas feridas por acidentes

Essa dor não da pra colocar pra fora
Esse corte profundo não será meu
Só pra ver o sangue escorrer e a dor fixar
Não irá aliviar
Essa dor nuca me pertenceu
Essa dor nunca será só minha.

Meu Diário em poemasWhere stories live. Discover now