SETE - Anahí

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Confesso que Alfonso não é tão estranho como eu imaginei, ele é... Como posso dizer... Até que legalzinho e além disso ele cozinha muito bem, não me recordo de comer tão bem nesses últimos três anos.

Com o despertar da manhã, a luz do sol adentrava em meu quarto, da minha janela eu conseguia ver uma praça cheia de árvores, que jurava que algumas noites atrás eu vi alguém escondido e que aquele sentimento que se apossou de mim não foi nada legal. Segui para o banheiro tomar um banho rápido e fazer minha higiene e necessidades matinais, afinal, sou uma humana e não uma Barbie Malibu, como a maioria das pessoas me julgam ser, que não posso dar nenhum passo fora da linha.

Já com a roupa que vou para o centro comunitário, que é uma laggin preta, por cima do colã azul marinho e um coque e claro meus tênis por conta da meia calça, sigo para a cozinha e encontro as meninas tomando café, com seus devidos 'uniformes' de trabalho.

- Bom dia flores do dia. – As cumprimento com abraço, que prontamente me responderam, com largos sorriso.

- E aí animada para começar a dar aulas? – Questionou-me Maite.

- Sim, quase nem dormi de tanta empolgação. – Concordei.

Assim que finalizei meu desjejum, fui terminar de me arrumar. Prendi meu cabelo em um coque e passei um corretivo e uma base para esconder minha cara de sono, por mais que eu tenha dormido super bem, meu sono ainda era presente.

Saí do apartamento das meninas, encontrei Poncho saindo do apartamento também, pensei que depois da noite 'agradável' que tivemos ontem, achei que ele me trataria bem.

- Bom dia! – Falei bem empolgada e logo ele respondeu, um tanto carrancudo.

- Bom dia.

- Hmmm pelo visto não quer papo. – Dei de ombros e segui para fora do prédio.

Já na pequena escada que dava acesso à calçada, olhei para frente e vi ele, estava olhando fixamente para mim, aqueles olhos azuis e frios, me causaram arrepios que percorreram todo o meu corpo, eu paralisei, isso acontecia todas as vezes que eu o via, ou escutava a sua voz. O terror percorria as minhas veias, toas as vezes que o olhava e não conseguia sair daquele relacionamento que só estava me causando mal.

Ahhh se eu soubesse que aqueles 'cuidados' fossem indícios de um relacionamento abusivo.

Inicialmente foram as minhas roupas, eram de veraneio, pois na praia faz calor, começou a se implicar que aquelas roupas não eram de 'menina descente', como estava completamente apaixonada mudei completamente meu guarda-roupa.

Depois passou para meus círculo de amigos, começou a dizer com quem eu podia sair e quando eu podia sair, mas nunca me deixara sair sozinha, até bater no Chris ele já bateu dizendo que estava me influenciando e me levando 'para o mau caminho'.

Essa foi a gota d'água, eu queria terminar, não aguenta mais, me sentia sufocada e foi aí que veio o primeiro tapa, estávamos discutindo pois ele não aceitava o término, por sorte tomei coragem e fui para a delegacia, pois meu pai sempre disse para mim e para Dul, que um homem que realmente ama, por mais que esteja com raiva nunca, nunca vai bater em você, nem com uma rosa.

Perdoei da primeira vez, na segunda vez, ele me bateu tão forte que precisei ir para o hospital e foi aí que decidi denunciar ele, não aguentava mais, já deveria ter feito isso no primeiro tapa.

Mas ir na delegacia, só fez com que ele intensificasse suas investidas contra mim, eu mudei minha vida completamente, sentia medo ao sair na rua, por mais que estivesse acompanhada, as ligações insistentes que ele queria voltar, que ele seria diferente, depois de parar no hospital decidi que nunca mais iria acreditar nele.

No ritmo da bolaDonde viven las historias. Descúbrelo ahora