Capítulo 1

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Toda vez que eu iniciava uma redação na escola, as professoras reclamavam que eu estava escrevendo na primeira pessoa e não na terceira. Elas diziam que eu não podia fazer isso e eu tenho problemas terríveis com críticas, mesmo que sejam para me ajudar, parece que estou fazendo tudo errado e eu me canso fácil disso. É que escrever apenas me dava prazer se eu pudesse escrever como eu quisesse, por exemplo diários, eu sempre gostei de escrever diários, eu tive pelo menos cinco deles, mas nas aulas da escola quando me pediam uma redação, eu não conseguia sentir esse prazer pois logo vinham as regras e tudo se tornava tedioso, era como se fosse um castigo ou uma obrigação e isso mudava tudo sobre a minha perspectiva sobre escrever e ler.

Então eu, como já disse antes, amo escrever diários, e me sentia reprimida e deprimida nas aulas de literatura e de inglês, eu não gostava de escrever para ser julgada pelas regras da literatura, eu gostava de escrever diários porque era meu e era algo pessoal, ninguém jamais leria e eu pensava que se alguém lesse algum dia, eu me mataria... sim, eu era dramática a esse nível.

Quando eu cheguei na faculdade de jornalismo, que por sinal, demorei muito tempo decidindo o que eu queria ser nessa vida e se você está lendo isso e ainda não sabe o que vai fazer depois de terminar a escola, saiba que está tudo bem em terminar o ensino médio sem saber o que você quer ser da vida, está tudo bem mesmo. Uma hora você vai tomar uma decisão e mesmo que seja a decisão errada, é necessário passar por isso e ainda não será o fim do mundo, você sempre pode mudar de ideia e fazer outra coisa! Afinal, você é adulta, provavelmente dependendo ainda do seus pais, mas sendo uma jovem adulta, que mal há nisso?? É normal!

Ai, queria eu saber de tudo isso quando eu era mais nova. O pior é que sempre tinha alguém para me dizer isso, especialmente a minha mãe, que Deus a tenha, infelizmente não está mais aqui, mas ela sempre me dizia que eu me desesperava demais por nada e era verdade. Eu não precisava sofrer tanto por coisas que tinham solução.

Falando nisso, eu quebrei mais uma regra... foi mal aí professora de literatura, mas eu comecei esse livro sem uma introdução formal, eu sequer me introduzi ainda. Isso faz de mim, uma quebradora de regras? Essa palavra existe? Eu não sei, mas de qualquer jeito, eu não sou uma quebradora de regras, como minhas irmãs, eu sou uma contornista de realidade. Espera... essa palavra existe?? Contornista?? Eu não devia escrever sem saber quais palavras existem mesmo e quais eu inventei. Bem... desculpe por desviar o foco mais uma vez... me falta coesão e coerência também, isso porque a minha mente funciona a 150km/h! Eles dizem que você cresce e se acalma por estar mais madura, mas é mentira! Eu apenas finjo! Acredite em mim, você não faz ideia de quantas coisas se passam na minha cabeça ao mesmo tempo, mas eu realmente quero explicar porque sou uma "contornista"... eu sou uma "contornista" porque eu tenho a tendência de contornar a situação para que eu ganhe um sim das pessoas . Eu sou especialista nisso... eu treinei desde pequena, se meu pai fosse vivo, ele seria a prova viva disso, eu sempre conseguia um sim dele e com o tempo, eu consegui da minha mãe também e eu sou muito orgulhosa disso porque ninguém enganava aquela mulher, mas eu cheguei perto, eu tenho certeza que cheguei perto ou consegui!

Falando na minha mãe e no meu pai, eu vou introduzi-los primeiro. Eles merecem e eles eram muito importantes, não só pra mim, mas para o mundo todo... Sim, meus pais foram importantes para o mundo todo porque eles eram grandes super-heróis, eles foram uns dos primeiros heróis a formar os Vingadores. É isso mesmo! É sério! Eu apenas estou contando assim porque quando eu conto isso, pessoalmente, para alguém, ninguém acredita em mim e bem... eu não os tenho mais por perto para provar que estava falando a verdade e quando mostro fotos, alguns ainda tem a audácia de dizer que eu apenas dei sorte de tirar foto com eles em algum dia eventual... bom... se isso é sorte, eu sou sortuda pela vida toda, já que desde bebê tenho fotos com eles. Eu tinha mais fotos com o papai, queria que tivesse mais com a mamãe, mas ela não era uma mulher de fotos, enfim... eu vou começar em outro parágrafo porque eu quero! Meu livro, minhas regras!

Sara & Maggie - As Filhas do Capitão AméricaWhere stories live. Discover now