Capítulo 27

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- Jacey, já estou bem. - Aviso pela quarta vez.

Oh homem preocupado.

Estou sentada em seu colo com uma perna de cada lado, ainda no escritório e ainda ambos nus, mas estou um pouco encolhida não querendo me mostrar tanto mesmo sabendo que não adianta muita coisa na altura do campeonato.

- Tudo bem... e está bem com tudo? - Questiona e nego.

- Ainda não entendi o por que disso. - Ele aperta minha cintura e continua o carinho em minha pele.

- Não se preocupe com isso. - Levanto a cabeça na hora o encarando séria.

- Como não se minhas fotos praticamente nuas podem estar espalhadas por ai. - Exclamo nervosa e ele nega me puxando de volta.

- Eu já dei um jeito nisso. - Me sinto aliviada instantaneamente mas preocupada também.

- O que você fez Jacey? - Ele dá de ombros brincando com uma mecha do meu cabelo enrolando o cachinho entre os dedos.

- Apaguei as fotos totalmente de seu computador, no e-mail que tinha enviado e seu celular foi destruído.

Fico boquiaberta e de cenho franzido logo em seguida.

- Mas como... - Ele suspira pesado antes de encarar meus olhos.

- Aprendi a administrar os negócios com meu pai e herdei sua habilidade de conseguir hackear sistemas... digamos que proibidos. Entrar no computador dele foi a coisa mais fácil que já fiz, ainda deixei de presente um vírus que vai acabar com seu aparelho.

- Puta merda.

- Você é fofa xingando.

- Jacey. - Ralho com ele.

O cara age na maior naturalidade do mundo ao contar que é um hacker e que invadiu o computador do idiota, como se fizesse isso todos os dias.

- Alguns dos seguranças da empresa conseguiram pegar seu celular e registaram toda a casa, não existe mais resquício daquelas fotos e nem de outras.

- Ah meu Deus. - Pulo assustada e no mesmo segundo lembro da minha nudez.

Praguejo escutando sua risada ao me ver tentar resgatar a camisa que foi jogada em cima de uma das telas e por duas vezes começar a vestir errada até finalmente conseguir, depois claro da vergonha passada.

- Jacey. - Chamo sua atenção enraivecida. - Como me conta isso assim, do nada.

Ele dá de ombros ainda nu sentado relaxado em sua cadeira e reprimo toda vontade de olhar pra qualquer lugar que não seja seus olhos.

- Não é nada demais. - Me puxa pela cintura de supetão deixando com que fique em pé no meio de suas pernas e seu rosto proxima aos meus seios. - Algumas pessoas sabem mas não é algo que eu saia contando por ai.

É claro que não idiota, que eu saiba isso é ilegal. Ah Melani, é claro que é ilegal sua maluca. Mas pelo outro lado essa esperteza dele que me salvou de ter nudez espalhada aos quatro cantos da cidade.

- Tudo bem.

- Tudo bem? - Assinto em concordância.

- Obrigada por... por acabar com toda essa história.

- Até parece que deixaria aquele babaca fazer algo contra você pequena. - Murmura como se disse a coisa mais óbvia do mundo.

- Mesmo assim, obrigada.

●●●

- Estou bem Dan. - Afirmo pela enésima vez.

O que aconteceu com esses dois hoje? Provável que tenha assustado demais os dois colocando as tripas pra fora e quase mudando a cor da pele de tanto que o sangue fugiu do meu corpo em meio ao baque.

- Só estou preocupado lindinha.

- Eu sei. - Suspiro. - Mas já foi tudo resolvido, Jacey resolveu.

- Como assim resolveu Melani?

Como eu explico isso tentando falar o máximo da verdade já que nem isso eu estou fazendo com ele?

- Ele tem uma empresa de segurança e conhece umas pessoas na polícia, lembra que te contei sobre meu ex, que ele conhecia alguém na época e acelerou tudo? Foi mais ou menos isso.

- Gostei um pouco mais desse cara agora. - Reviro os olhos e posso imaginar que ele deduziu isso por que riu. - Preciso conhecer direito seu marido, ok, isso é esquisito, minha irmãzinha está casada, puta merda.

- Agora que sua ficha caiu?

- Melani, nós precisamos conversar, eu preciso conhecer esse cara, você não está sozinha e ele nem pense em se aproveitar da sua carinha de anjo, eu vou...

- Calma Daniel. - Escuto uma voz feminina e baixa de fundo junto a outros sussurros inaudiveis pra mim.

- Eu estou bem e você vai conhecer ele Dan, assim como quero conhecer minha cunhada. No final de tudo nós estamos bem, felizes e se algo acontecer eu corro pros seus braços, certo irmãozinho? - Ouço um suspiro.

- Sempre pode correr pra mim lindinha.

Ter meu irmão por perto é uma sensação única, é só de pensar que ele está aqui, em casa, seguro e a salvo me emociona.

Me preparo para a próxima ligação que evitei por que sem sombras de dúvidas vou escutar bons gritos.

- Agora você resolveu me ligar foi? - Fala irônica. - Como que eu descubro que minha amiga está casada com um cara que supostamente é um empresário de Boston por conta de uma foto que um colega de trabalho de Dean mostrou pra ele por te conhecer? Em dona Melani Venturelli? OU é Evans agora? Nem isso eu sei. - Posso sentir que está brava mas também chateada e no seu lugar estaria igualzinho.

- Me desculpa, foi tudo tão rápido mas também estava com medo. Quando perguntou quando eu iria encontrar alguém que prestava não queria dar esperanças.

Minha cara queima enquanto remexo o pé inquieta e puta merda, ainda bem que estou por telefone se não ela descobriria sobre tudo muito rápido.

- Você está feliz?

- Sim. - Mesmo em meio aos problemas e loucuras ao menos acho que estou.

- Então meus parabéns amiga, o que eu sempre quis é que fosse feliz. Vou deixar a briga e puxão de orelha pra quando nos encontrarmos pessoalmente.

Ok, preciso me preparar pra isso, em Boston era fácil pois não conhecia ninguém, mas aqui vai ser complicado.

- Pronta? - Pergunta da porta e concordo.

Lucca ligou pra Jacey avisando que apareceu na casa de David com Olívia e que agora já estão chamando todos para beber, comer e conversar, então me arrumei rapidinho e seguimos o caminho comigo nervosa.

- Cachinhos. - Fala emburrado. - Como assim vocês dois se casaram? Pode começar a explicar loiro aguado que eu achei que era meu amigo. - Diz dramático.

É claro que as perguntas começariam a vir de Benjamin e os donos da casa mais a a advogada já estavam rindo baixinho. Olho pra Jacey que me encarava e suspiro concordando.

Então vamos abrir a caixa de pandora.

- Puta que pariu. - Foi o mais leve dos praguejados.

Me parece que a noite será longa.

Querido Salvador - Série Poderosos e Irresistíveis 3Onde histórias criam vida. Descubra agora