My heart said

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Boston,1958

Ao trabalhar no hospital,minha vida ficou ainda mais tumultuada.Havia dias que mal via Brianna,e outros em que nem conseguia conversar com Frank,além do habitual "bom dia/tarde/noite".Os horários cada vez mais intensos da minha escolhida profissão;todo tempo restante na minha vida,era direcionado apenas a minha filha.

Em uma semana extremamente estressante,tive mais uma de minhas discussões com Frank,que havia criado um compromisso de última hora no "trabalho" e passaria o fim de semana fora.Eu sabia que não era trabalho,mas esse não era o problema,nosso acordo dizia que poderíamos fazer o que quiséssemos,mas sem levantar suspeitas;ou atrapalhar a vida de nossa filha.

Eu estava atolada de trabalho naquela semana,junto de um plantão longo no final de semana.Teria de deixar Bree com alguma babá,o que me deixava extremamente apreensiva;somado ao fato de que sentia que algo de ruim iria acontecer.Meu plantão começava a noite de sexta,passei o dia com Bree,jantamos,a pus na cama e a beijei.Deixando instruções claras,novamente,a babá que ligasse para o hospital por qualquer coisa.

O primeiro dia tinha sido tranquilo no hospital,tudo calmo,liguei para verificar como tudo estava em casa;tentando me tranquilizar de que Frank havia prometido chegar até a noite para dormir com Bree.Quando o relógio já marcava quase três da manhã,comecei a ficar nervosa,se meu marido já estava em casa com Bree e se estava tudo bem,já passara do horário que ele ligaria para avisar que estava em casa.Joe,meu melhor amigo da vida e profissão,tentava me tranquilizar:

-Lady Jane,acalme-se...Frank já deve estar até dormindo com Brianna...Só cansado demais para ligar,ou distraído com a filha.Venha,vamos tomar um café,ou um chá...

Meia hora se passa,começa uma confusão no hospital.Dois novos pacientes,vítimas de um grave acidente de carro,na estrada de Boston;Um homem de cerca de cinquenta anos e uma mulher de aproximados trinta.Levados as pressas para a sala de cirurgia,sou chamada para atender o homem,que estava em estado grave.

Ao entrar me deparar com o paciente,extremamente machucado e sangrando,vejo que não é um desconhecido,e sim meu marido Frank.Agora entendia a sensação ruim que estava tomando conta de mim.Joe tenta me tirar da cirurgia,mas o convenço de que consigo.Algumas horas se passam,fizemos nosso melhor,costurando alguns cortes,estancando as hemorragias,até mesmo sua coluna havia sofrido lesões.

Com Frank já no quarto,era esperar que ele se recuperasse e acordasse.Joe me mandou para casa,ficar com nossa filha e me preparar para o que viesse;como contar a uma menina de oito anos que seu herói estava no hospital?Até que conversar com Bree e acalma-lá foi fácil,inocente e doce como criança,me abraçou dizendo:

-Papai vai ficar bem...Mamãe que cuidou dele...-no fim quem estava sendo consolada,era eu,não o contrário.Só que agora estava mais pelas minhas mãos a cura e sim por algo maior.

Os dias foram passando e clinicamente ,Frank estava bem.Mas sem sinal de que acordaria,por estudos sabia que era comum,mas ainda assim,meu coração dizia que não iria ser fácil.E os dias se tornaram semanas,havia resposta cerebral,mas meu marido permanecia adormecido,em coma.Todos os dias Bree vinha após as aulas,conversava,decorava seu quarto com desenhos ou flores.Joe,quem estava me ajudando com ela,quando eu estava no hospital,ele cuidava dela e quando eu podia sair,ficava com Bree,e ele com Frank.

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