Heaven Morgan nunca gostou muito de jogos. Porém, assim que seus olhos contemplaram o capitão do time de hóquei da Great Lakes University e seus penetrantes olhos cinzentos, ela se viu disposta a jogar o jogo de conquistar o seu, quase inexistente...
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Acerto o puck de forma precisa, fazendo com que o objeto de borracha estufe a rede do pequeno gol no mesmo momento em que escuto os patins de Heaven Morgan chocando-se na pista de gelo outra vez. Deve ser a milésima vez que escuto esse som somente essa noite.
Aparentemente, ela não consegue executar um dos saltos com tanta maestria como gostaria. Não que a loira pareça se importar com isso, já que está tranquila e, aparentemente, se divertindo com o que faz.
Seus patins deslizam com facilidade, deixando seu corpo esguio ser conduzido por toda a extensão da quadra de piso gélido, enquanto ela canta baixinho ao manter um par de fones em seus ouvidos.
Porém, de repente, ao perceber que estou a olhando fixamente nos últimos segundos, a garota para bruscamente, parecendo pausar a música, e, logo, pergunta, com a maior delicadeza do mundo:
— O que foi?
Heaven vem aqui todos os dias às dez da noite, invadindo o ginásio onde o time de hóquei e de patinação treinam nos horários indicados em seus calendários ou em competições que acontecem durante o ano letivo.
— Por que não entra na equipe de patinação, huh? Isso evitaria seus passeios noturnos ilegais.
Hoje é a primeira vez que nos esbarramos de novo depois de ela ter me chamado de idiota. Quer dizer, eu a vejo sempre com o Ian ou pelo campus com o idiota do Tyler, mas nunca nos falamos, mesmo que, às vezes, a loira me encare como uma psicopata. Seus olhos cor de esmeralda são penetrantes.
— Não estou muito a fim. — Dá de ombros.
— Ok. — É tudo o que digo, dando de ombros.
A garota respira fundo e o semblante que se instala em seu rosto é o mesmo que estaria ali caso ela tivesse acabado de tomar uma decisão difícil. Logo, as lâminas de seus patins a conduzem até mim.
Antes que eu perceba, me viro de costas, acertando mais um dos pucks para, em seguida, ouvir a irmã do meu amigo dizer:
