maldita seja s/n

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──── EU SEI QUE ESTÁ ACORDADO, ESPADACHIM MALDITO

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──── EU SEI QUE ESTÁ ACORDADO, ESPADACHIM MALDITO. ─ Está bem, aquelas mínimas palavras carregadas por um teor exacerbado de tédio havia, de certo modo, encontrado com os tímpanos do homem; ele não conseguiu mais esconder a confusão em seus traços, não quando a afirmação provinda na áspera voz estava escassa de mentiras. Fazia cerca de quinze minutos que estava atormentando seus sentidos habituais a funcionarem, acordado enquanto tentava assimilar o que jazia acontecido para estar em situações precárias como aquela; ele então ─ com um pouco de dificuldade, abriu seus olhos piscando algumas vezes antes de relatar tudo que conseguia ver: absolutamente nada. Era como se estivesse com as pálpebras fechadas, tudo continuava estranhamente escuro.

Não se recordava do local que se encontrava, nem o momento que se viu prejudicado a ponto de sentir cada molécula de seu ser explodir uma contra as outras após tentar se mover, grunhinho e retornando ao mesmo estado que estava a segundos atrás; era como se um castelo houvesse sido jogado em seu corpo com brutalidade, eclodindo em cada célula presente em sua existência.

Ele estava mesmo vivo?

Onde caralho eu 'tô? O que houve com meu corpo? Que porra, onde eu fui me enfiar?

──── Quem está aí? ─ Perguntou sem nenhum escrúpulo de paciência; sua cabeça latejava e movimentar até mesmo seus lábios parecia uma tortura sem fim. De início não pôde escutar nada além de uma cantoria ridícula de gafanhotos ao lado de fora, questionando-se internamente se poderia ser doloroso matá-los e acabar com o incômodo repentino que surgia em seus ouvidos. Zoro estava péssimo, ninguém poderia negar este fato se o visse. ──── Eu devo ter cara de idiota, quem está aí? Vamos, me responda de uma vez! ─ Seus dedos tocaram o linho fino em que seu corpo repousava, sentindo a ceda macia inundarem seus dedos; foi então que ouviu uma risada carregada de escárnio, fazendo-o finalmente acreditar que não estava sozinho no cômodo ainda desconhecido. ──── Você deve ser um pirata que gosta de joguinhos suicidas.

A rispidez fazia parte de seu tom exclusivo de voz, acreditava que a tonalidade do som rouco emitido fosse amedrontar a dona da risada, fazendo a fechar a maldita boca. Mas isso não aconteceu. Ele não entendeu quando a risada se intensificou em seus ouvidos, deixando-o a mercê da vontade ─ que aumentava a cada segundo, de ver o sangue desta pessoa sendo derramado em suas mãos, apenas para lhe ensinar a não mexer com o melhor espadachim do mundo; seu sangue borbulhava em ira, tentou mais uma vez se desprender da espécie de cama que seu corpo afundava lentamente, novamente sem sucesso, estava estranhamente fraco e incapaz de cumprir com os movimentos básicos.

Fortuito | ZoroWhere stories live. Discover now