Em Busca do Par Perfeito-DEGUSTAÇÃO. LIVRO FÍSICO DISPONÍVEL

Capítulo 11

O dia passa tranquilamente, sem sinal do Guilherme ou do Diego. No escritório, ainda murmuram sobre os últimos acontecimentos desde o meu término, mas nada que eu já não esteja acostumada, porém a melhor parte do dia estava me esperando.

Estaciono perto da espetaria e sigo andando. Ao entrar percebo que as meninas não estão onde costumávamos sentar.

Ando para o fundo da espetaria e encontro uma mesa encostada na parede, bem escondida. Se não fosse pelas moças com os cabelos idênticos ao de Alana e Kim, eu não teria reparado que aquela mesa estava ali.

— Escolheram um lugar mais afastado desta vez? — questiono ao me aproximar e sentar

— Quando cheguei a Kim já estava aqui — Alana responde observando Kim que está cabisbaixa.

— Aconteceu alguma coisa? — questiono preocupada.

— Eu precisava contar algo para vocês e não sabia como e nem se conseguiria, então escolhi esse lugar que me traz boas memórias e pode me encorajar. — Levanta o olhar.

— Pode confiar na gente Kim, vamos te ajudar e ficar do seu lado independentemente do que nos falar — Conforta Alana, acariciando sua mão. Sobre as dela posiciono a minha mostrando meu apoio.

Kim assente e continua:

— Depois de domingo, na igreja, eu voltei para casa um pouco mal porque enquanto praticamente todos se entregavam e se mostravam completamente apaixonados por Jesus, eu fiquei relutante em recebê-lo em meu coração. Eu quero mudar isso, mas não sei como. — Admite abatida. — Estar com vocês me fez perceber o quão sozinha e amargurada eu estava para as pessoas e para a minha própria vida.

Ela respira fundo, com os olhos fixos sobre a mesa

— Meu marido faleceu a alguns anos em um acidente, foi o momento mais difícil da minha vida, ele era o meu mundo, me entendia como ninguém, era meu marido, meu namorado e meu melhor amigo. Sempre penso que já superei, mas então por que não consigo tirar a aliança?!

Cabisbaixa ela gira a aliança no dedo.

— Ainda questiono, ainda sinto dor, ainda odeio o que aconteceu e tudo isso só complica meu relacionamento com Deus. Será que ele continua sendo bom mesmo no dia ruim?

Depois de finalmente entender a aliança no dedo, a foto do porta-luvas e por que ela nunca falou sobre seu marido, compreendi sua dor e sua relutância em receber o amor de Deus. Sem saber como amenizar essa dor e responder a todos os seus questionamentos, Alana e eu a abraçamos e a acolhemos da forma que podíamos.