"Capítulo Único"

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Eu estava radiante.

Radiante.

E tudo que eu queria era comemorar.

Afinal, não é todo dia que você é promovida no trabalho.

E eu merecia.

Havia me dedicado a aquilo como nunca na vida.

Agora, além de professora, eu era também a diretora da escola na qual trabalhei desde que me formei.

E pensar nisso me deixava com um gostinho doce na boca.

- Lexie, acorda. A festa tá boa, seu apartamento tá cheio e você tá aí viajando.

Ri pra minha amiga enquanto balançava a cabeça pros lados pela dancinha ridícula que ela fazia na minha direção.

- Você sabe que eu não gosto muito disso, eu te disse que queria fazer uma reuniãozinha em comemoração e não uma festa com mais de cinquenta pessoas.

Levei minha bebida a boca, ela riu na maior cara de pau.

- Você se dedicou muito, merecia uma comemoração maior, digna do todo seu esforço, e como eu sabia que você não faria isso eu mesma fiz.

Foi a minha vez de rir enquanto a abraçava. Audrey é a minha melhor amiga, e eu sei que a felicidade dela pela minha conquista é real, tanto que nem consigo ficar brava com ela de verdade ao avistar a zona que está o meu apartamento.

Tem gente dançando em cima do meu sofá, copos espalhados pra todo lado, a música alta demais pro horário, e mesmo sabendo que muito provavelmente vou levar uma multa, eu não me importo.

- Vem dançar.

Ela me puxa pela mão quando Work da Rihanna, começa a tocar. E é exatamente nesse momento que eu me deixo levar pela alegria da minha conquista, do fato de eu ter a melhor amiga do mundo e então eu finalmente relaxo.

Bebo.

Danço.

Bebo um pouco mais.

E no intervalo entre uma música e outra eu ouço batidas na porta, a campainha toca também. Troco olhares com Audrey que sinaliza a intenção de abrir a porta mas eu não permito.

Imagino quem seja.

O síndico.

Reviro os olhos internamente e ando até a porta.

Audrey é tão sem vergonha que aumenta o som no momento em que seguro a maçaneta.

Isso me faz rir.

E quando a porta se abre, meu sorriso congela no rosto.

Não é o síndico.

É um homem loiro, alto, forte, com intensos olhos azuis e uma expressão não muito amigável. Ele veste - muito bem, por sinal - uma calça de moletom preta e uma regata branca deixando os músculos bem evidentes.

Prendo a respiração quando olho pra cima pra poder encarar seus olhos, não fazendo ideia do por quê, mas faço assim mesmo.

- Que bom que um de nós está se divertindo esta noite, e é mesmo uma pena que não seja eu.

A voz.

Puta que pariu.

Até a voz dele é sexy.

De onde surgiu esse monumento?

- Como é?

Me obrigo a perguntar, porque aparentemente meu cérebro não é capaz de mandar mais nenhum comando ao meu corpo.

O Pecado Mora ao Lado ( Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora