Capítulo 50 Palácio de Guerra

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Diana

Achei que tinha forças o suficiente para abrir os olhos, no entanto não consegui porque estava tudo escuro.
Não conseguia ouvir nada.
Ainda estava inconsciente.
Porém sentia frio e conseguia pensar com clareza.
Talvez se lutasse conseguiria acordar.

Foi então que percebo. Na verdade enxergo, não com clareza porque na realidade estava acordada, as luzes que estavam apagadas.

Meus olhos iam se acostumando com a escuridão e aos poucos conseguia ver poucas coisas, sombras do que talvez fossem móveis.
Porém não conseguia ter certeza de onde estava!
Da última vez em que estive consciente estava no abrigo. Eu acho.

Joseph estava morto; Robert inconsolável e amedrontado; Aspen...

Meu coração acelerou.

Da última vez que o vi Aspen, ele estava vivo, porém por muito pouco!
Precisava saber se estava bem!

Me sentei na cama dura e fria sentindo uma queimação e dor aguda na barriga, havia um lençol por cima de mim, e... o que parecia... cabos?

Deslizei os dedos sobre o cabo fino, parecia que era hidratada por soro, mas por estar tudo escuro não tinha certeza o que era exatamente.

Apertei a bolsa plástica, maior que as minhas mãos. Então era isso.
Possivelmente estava na enfermaria.

Mas onde estavam os outros?
Onde estavam as enfermeiras?
Porque apagaram as luzes?

Tudo era silêncio e escuridão.

Tirei os pés da cama e quando os coloquei no chão e me levantei na mesma hora caí no chão derrubando comigo o suporte de soro, a dor que sentia no abdômen aumentou de uma forma que berrei e apertei os olhos chorosos. A dor me tomou todo o fôlego.

Lembrei então que tinha sido acertada no abdômen no abrigo.

Assim que me recuperava com uma respiração entrecortada com cuidado toquei a barriga e percebi também que estava sem blusa, apenas calças e sutiã, nem mesmo botas usava mais. Na barriga senti pontas pinicando os dedos que me examinavam, então deram pontos no ferimento causado pelo tiro, por isso ainda doía.

Tentei reunir forças nas pernas para me levantar, me apoiando no suporte de soro para andar.
Ainda estava fraca demais, arrastava os pés no chão liso.
Precisava de luz. Precisava reconhecer melhor onde estava e como estava.

Andava curvada por causa dos pontos que puxavam quando tentava ficar ereta.

Andei talvez um pouco mais que dez passos com as mãos à frente. Encontrei armários até conseguir achar a porta.

Empurrei para abrir, mas do outro lado tinha alguma coisa prendendo!
Tentei olhar pelo vidro da porta, mas era quase impossível enxergar além dele, estava embaçado. O que conseguia ver era pouco, vi lá fora que podia estar escuro, exceto por uma faixa de luz que algum corredor longe mandava iluminar.
Passei a mão no vidro a fim de limpar e tentar enxergar alguma coisa a mais e o que impedia de abrir a porta. Recuei ao sentir o líquido espesso no vidro e quase vomitei ao sentir cheiro de ferrugem. Esfreguei a mão loucamente pela porta para me limpar.

- Droga! - sibilei enquanto tentava me limpar.

Tentei achar algum interruptor, não muito longe dali esbarrei as mãos nele e acendi.

Vida Real (concluído)Where stories live. Discover now