CAPÍTULO 5 - A REUNIÃO

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Caroline

Julho de 2039

Hoje era segunda-feira e teríamos uma reunião com tópicos desconhecidos por mim. A única informação adiantada, era que eu precisava estar presente e dar algumas opções sobre o furacão Karen, todavia, Niara não tinha encontrado nada grandioso o suficiente para nos dar alguma esperança. A outra mãe de Dani sabia demais e se abrisse a boca, poderia pôr em jogo a candidatura da Governadora e a imagem de boa empresária de Lívia; além disso, obrigaria a Polícia Federal a abrir uma investigação. Contudo, estava fora de cogitação devolver a mesada dela e mandá-la de volta a Londres. O outro ponto, era Daniel; em hipótese alguma, ele voltaria a morar com a mãe e ela o tinha como troféu, afinal de contas, poucos sabiam da existência do menino.

Eu estou na sala de estar, analisando maneiras de acabar com tudo isso de uma vez, mas tenho os meus pensamentos interrompidos por uma ligação. Olho a tela do celular e vejo o nome Niara aparecer; atendo rapidamente, rezando para que ela tenha encontrado uma bomba.

- Encontrei uma coisa. – Ela começa a conversa, no instante em que Lívia aparece na sala e me chama para a reunião.

- Fique perto do seu telefone, vou te colocar em conferência com todos e você mesma explica o que achou. – Finalizo a ligação e encaro a Duquesa; a mulher me observa, com uma expressão confusa.

- Essa reunião é confidencial, quem estará conosco? – Ela pergunta, com as sobrancelhas arqueadas.

- Um contato usado por mim no caso de Karen, não se preocupe; deixe essa parte apenas para quando não tivermos nenhum outro tópico e mantenha na sala só quem achar conveniente. Meu contato vai mostrar o que achou sobre a outra mãe do seu filho.

- Ok, vamos. – Lívia finaliza, sem esboçar nenhum sentimento sobre essa informação.

Entramos na sala de reuniões e algumas pessoas já estão lá dentro. Uma mesa enorme, rodeada por cadeiras, está posicionada em frente a um monitor e ao lado das portas de vidro, com vista para o jardim. Um dos homens fecha as cortinas e uma mulher ascende as luzes, enquanto o restante ocupa um assento.

- Antes de começarmos, permitam-me fazer as devidas apresentações. Eu sei que vocês estão acostumados com Aisha representando o meu escritório em Caruaru, porém, as circunstâncias me fizeram optar por chamar outra pessoa dessa vez. Apresento-lhes a senhorita Equator, a minha nova assistente jurídica. – Lívia fala e pelo visto, todos já sabem porque a advogada chefe não está ali. – Caroline, esses são Johnny e Carlos, meus Lords de confiança e também responsáveis pelo comando de toda a equipe de segurança; essa é Denise, minha irmã e braço direito; no telefone temos a minha mãe, Clarice Mascate; e por último, a nossa representante de casos policiais, a Agente Café.

Caroline

Ano de 2038

Já fazia um ano que eu tinha voltado a Pernambuco. A minha vida mudou drasticamente nesse período e eu me dividia em mil, na intenção de conciliar trabalho, vingança e família. Antes de mainha morrer, prometi cuidar da minha irmã e não a abandonar por nada nesse mundo. Quando ela ainda era uma criança e a fazenda começou a dar prejuízo, os meus pais foram obrigados a enviá-la para viver com a nossa avó. Eu fiquei, porque já ajudava na plantação e não podíamos perder uma mão de obra. No entanto, após painho nos deixar, as coisas só pioraram e Safira achou melhor continuar cuidando de voinha, que já estava no final da vida.

A minha caçula foi o principal motivo de eu ter aceitado me casar com Chico, embora encontrar o meu pai também tenha sido algo motivador, era por ela que eu vivia e vi na ida para São Paulo, uma esperança. Eu mandava dinheiro todos os meses e ajudei a manter Safira e voinha, sem passar necessidade, durante o último ano de vida da minha senhora; entretanto, depois da sua morte, era arriscado demais levar a mais nova até a capital paulista. Por isso, optamos por mantê-la em Recife, onde ela cursou direito e eu custeei todas as despesas.

UMA NOVA CHANCE (Original)Where stories live. Discover now