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~ Gabriel

Ela era uma garota , era a única coisa em que ele pensou,  uma garota como qualquer outra . Não avia nada de especial nela , morena , pequena e sem muitos atributos , era quase sem graça. Ele passou os últimos 20minutos esperando ela acordar sentado em uma monstruosidade de cadeira rosa com desenhos de flores, tudo nesse quarto era rosa e tinha flores , era quase demais para ele respirar a li dentro , toda aquela cor estava matando sua masculinidade aos poucos , ele já podia sentir suas bolas um pouco mais murchas , ele gruniu e se remexeu na cadeira . Toda essa merda tinha um motivo ele era o amigo que apresentaria a sua nova "Amiga" como sua vida seria brilhante e encantadora a partir do momento em que ela abrir os olhos , ele seria o mediador .

Ele pegou um globo de neve que estava em uma das prateleiras e remexeu até o pozinho branco cobrir a pequena bailarina , rosa . Pelos deuses esse lugar era um inferno para qualquer ser que não estivesse usando um óculos de sol ou tivesse 4 anos ou  fosse uma versão de * miss pinck , tudo ali brilhava e reluzia tanto que até mesmo sua irmã quando pequena teria tido uma overdose e largado as bonecas para sempre , aliás o que diabos era quilo ali no canto , uma boneca de pano ? .

Seu pensamento foi desviado pelo movimento na cama , a menina se mexeu e então soltou um som baixo e rouco que fez ele se sentir um invasor, sua pele pinicou .

Ela bocejou e esticou as pernas ainda deitada , suspirando e se remexendo como se estivesse semi acordada , como ele não tinha muita paciência para todo o processo de despertar da "princesa mundo rosa" ele picarreou alto o bastante para parecer que ele tinha engasgado com uma melancia . Funcionou , ela se levantou em um sobressalto,os olhos arregalos de uma coruja o  cabelo parecia ter sido atacado por uma orda de ratos e o medo nos olhos dela foi a única coisa que o fez não comentar a sua aparencia .

Quando os olhos dela se focaram nele a expressão foi de choque e confusão.

Gabriel não sabia muito o que dizer então foi ao básico. — Oi.

Ela puxou as cobertas para cobrir o corpo como se estivesse sentido que devesse se esconder dele , isso o fez sorrir .
— Meu nome é Gabriel , seu pai me pediu para acompanha-la durante a sua adaptação.

A confusão no seu rosto foi engraçada.  — Meu pai ? Eu não tenho um pai. 
Gabriel se levantou ainda com o Globo e o chaqualhou.

— Bom, agora você tem , está na casa dele . O homem que te trouxe aqui é seu pai e está te esperando lá em baixo . durante todo o momento ele mexeu no globo, ele não queria olhar para ela , não queria encarar os seus olhos de coruja .

— Isso não é verdade , eu não tenho um pai . Ele bufou em resposta e finalmente a encarou  seus olhos azuis brilhando com divertimento .
— Querida , todos nós temos pai, ou não existiriamos a ciencia não permitiria o contrário, você só não  conhecia o seu , agora teve o prazer de conhecer .

Ela arregalou mais ainda os olhos , por um momento ele imaginou que os olhos dela poderiam realmente cair da face . Até que sua visão se focou em  pequenas cicatrizes que ela tinha nos braços, linhas brancas em meio ao marrom chocolate . O que era aquilo ?
Antes que ele tivesse mais tempo para analisar ela já tinha enfiado os braços em baixo da coberta.  Ele voltou a olhar para seus olhos castanhos.

— Seu pai está te esperando lá em baixo .

— Vocês já disse isso .

— Então se levante e se arrume , nós temos que descer ainda hoje . Ela não se moveu , ele ergueu as sobrancelhas.

— A parte do ainda ho... -

— Vou me trocar quando você tiver saído,  você pode me esperar do lado de fora .
A frase saiu como uma ordem .

Ele cruzou os braços e sentiu um sorriso de deboche esticar a carne dos seus lábios.

— Ou você pode se trocar no banheiro e  eu posso esperar aqui .

— Quem é você mesmo? O que está fazendo aqui ? .
Ela cruzou os braços imitando a posição dele .

— Sou um amigo , vim ajudar você a se adaptar . Ele mostrou os dentes em uma imitação de um  sorriso mega feliz . Ela o encarou com o senho franzido .

— Eu preciso que você saia,  agora .

Ele teria tirado esse momento para rir ou  zoar  com ela,  tentar puxar assunto e cutucar a onça com vara curta  — que era no que ele realmente era bom — mas viu como as mãos dela tremiam mesmo com os braços cruzado, um pequeno tremor começou a aparecer na pálpebra esquerda . Ok , ele não queria fazer a garota ter um derrame .

— Vou esperar do lado de fora da porta,  não demore .

E assim ele saiu . Do lado de fora ele pensou que talvez as coisas pudessem ser um pouco diferentes  com carne nova por essas bandas,  talvez aja diversão por um tempo .

O Perigo Está no Seu Sangue Onde histórias criam vida. Descubra agora