O Irritante do Quinto Andar

Capítulo 15 - Mas?

O homem não negou seu ar competitivo e isso era bem claro: nada o atrapalharia.

-Então vou lhe ajudar a ser o melhor - eu disse.

Ele ficou ereto e me olhou intensamente.

-Como você pode deduzir que eu já não sou o melhor? - ele perguntou.

Eu dei uma risada sem humor e devolvi seu olhar intenso.

-Sexto sentindo? - eu disse.

Ele me lançou um sorriso sarcástico

-Somos a segunda melhor equipe da empresa atualmente - Marcos voltou a se sentar em sua cadeira. - Nossa equipe sempre bate de frente com a equipe do seu amigo, mas são raras as vezes que conseguimos ser os primeiros.

Ele parecia frustrado.

-Então seremos a primeira da próxima vez - eu disse, confiante.

-Não vai ficar triste em deixar seu amiguinho em segundo? - ele alfinetou.

Era possível ver o desafio em seu olhar, Marcos ainda não confiava em mim mesmo que dissesse o contrário.

-Se formos os primeiros, obviamente ele terá que se contentar com o segundo lugar - eu disse.

Marcos abriu um enorme sorriso.

O homem era o típico galã europeu. Os olhos azuis se destacavam sobre a sua pele parda de uma forma magnética, enquanto seus cabelos loiros se distribuíam alinhados em um corte social com topete. Seu físico parecia ainda mais perfeito e dentro daquele terno se destacava de forma avassaladora.

Ele era o tipo de homem que não passaria despercebido por qualquer mulher.

-Gosto de você - ele disse.

Eu lhe lancei meu melhor sorriso convencido.

-Não tem como não gostar de mim - eu lhe olhei em tom de desafio.

O rapaz retribuiu o olhar, mas logo sua atenção se voltou para o telefone que começará a toca em sua mesa.

-Infelizmente tenho que ir - ele disse colocando o telefone no ouvido.

Marcos saiu pela porta e ouvi pouco de sua conversa, mas a frase "Em minha defesa, estou atrasado por acabar de conhecer o amor da minha vida" me intrigou.

Já sentia que Marcos era um grande mulherengo.

Uma pena, pois ele parecia ser um cara bem decente.

Porém meus pensamentos foram interrompidos quando a porta se abriu e várias pessoas entraram.

Alguns dos funcionários me olharam de olho torto e outros ignoraram completamente a minha presença.

A equipe não era tão grande, haviam apenas quatro homens e três mulheres, mas todos pareciam interagir muito bem.

Me apressei e conhecer cada detalhe dos projetos que tínhamos como responsabilidade.

Eram projetos aparentemente simples.

O primeiro era sobre uma campanha de uma nova coleção de roupas de uma marca conhecida.

A segunda proposta estava relacionada a um evento de caridade, que para a minha surpresa, era organizado pelo próprio Marcos Ávila.

Quando terminei minha anotações percebi que os funcionários já estavam organizados em grupos diferentes e cada um encarava um painel branco.

De um lado as palavras "Luxo" e "Bufê" se destacavam. Do outro lado um quadro em branco, apenas com algumas peças presas em alfinetes.

Quando perceberam que eu os encarava, todos se viraram para mim em cochichos, mas apenas uma funcionária foi abusada o suficiente para me dirigir a palavra.