Rainha Má

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Era de manhã, Sarah abriu os seus olhos e virou seu rosto para o lado. Ela sorriu ao ver Juliette dormindo tranquilamente. Mas percebeu que a mulher tensionava seu rosto.

"Com o que será que ela está sonhando?"

No sonho, Juliette estava em um grande salão de um castelo medieval. O ambiente era iluminado por tochas firmadas nas paredes e o vento frio soprava pelas janelas. Seus pés envolvidos por botas de ferro pisavam gravemente no luxuoso tapete vermelho, que interligava-se a escadaria, levando seus visitantes ao trono real.

-Majestade. - A jovem guerreira ajoelhou-se em respeito a belíssima rainha loira, que estava sentada no trono, trajada com um vestido vermelho, longo, e bordado delicadamente com flores brilhantes e douradas. Em sua cabeça pendia uma coroa pesada de ouro, adornada de pedras preciosas de safira azul.

A rainha bebericava uma taça de vinho quando sua atenção foi roubada.

-O que desejas, General? - A voz grave e aveludada, baixa, mas ameaçadora, fez a general suar frio dentro da armadura. Ela levantou sutilmente a cabeça e olhou naqueles olhos cor de deserto. Seco. Duro. Inóspito. Queimavam a pele.

-Soube que... - A general buscou fôlego, viu a rainha colocar a taça de vinho no braço largo do trono e dar total atenção às suas palavras. - Vossa majestade prendera a costureira real.

-Sim, ela ousara roubar um acessório que muito aprecio. - A rainha sorriu, o brilho em seus olhos cor de mel brincaram com a mente da outra mulher.

A rainha estava se divertindo.

-Majestade. Creio que houvera um engano. Ela nunca faria isso.

-Como podes ter tanta certeza? - A expressão facial da rainha mudara bruscamente. Lá estava sua verdadeira face. - Achas que me equivoquei, general?

-Suponho que sim.

-Por que a defende tanto? Por acaso ela é tua amante, que aquece tua cama nas noites frias?! - A rainha levantou-se de súbito, pegou a taça de vinho e a jogou para longe. O barulho estridente de ferro colidindo ao chão assustou os guerreiros, que estavam em guarda diante das portas duplas do salão. - Me responda!

-Podemos conversar na sala de estratégia, majestade? Eu possuo... Uh... Informações acerca de outros reinos- A guerreira tentou, a rainha a olhou, com vontade de jogá-la na masmorra, mas enfim, cedera.

As duas caminharam para uma porta perto dali e adentraram a sala de estratégias. A guerreira fechou a porta e virou-se, para encarar a bela mulher, que a olhava com ódio.

-Eu vou enforcar a ladrazinha amanhã. - Anunciou a rainha, cruzando os braços, fazendo seus belos seios se destacarem no vestido elegante.

-Tu sabes que eu te amo, não sabes? Tu tens que parar de querer enforcar todas as mulheres que mostram interesse por mim, Sarah, por Deus!

-Eu sou a rainha deste maldito reino. Eu posso tudo, Juliette! Tudo! - A mulher se apoiou na larga mesa de estratégia e apertou sua mão contra seu próprio braço. Os nervos de seu dedo estavam brancos com a força que ela fazia.

A general caminhou a passos lentos até ela e, para a surpresa da rainha, a guerreira ajoelhou-se diante de sua majestade.

-Eu imploro... - Ela abaixou as mãos e tocou no vestido da rainha. - Não seja uma rainha má. - Então foi erguendo o vestido e descobrindo as belas pernas da loira, que eram envolvidas por meias de tecido fino. A rainha deu um sorriso malicioso ao encontrar os olhos escuros de sua amada.

-Precisas se esforçar bastante para me fazer mudar de ideia, general. Ou no primeiro raio de sol que apontar no horizonte, a sua protegida já não estará mais nesse mundo. - A rainha colocou as mãos no topo da cabeça da mulher e a puxou para perto de sua intimidade. - Faças um bom trabalho e eu terei misericórdia da ladrazinha.

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