PRÓLOGO

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É sexta-feira à noite, o céu está estrelado e a lua é cheia. Estou sentado no sofá olhando para o exterior da janela do prédio há mais de uma hora, enquanto ouço uma música que, com certeza, me põe para baixo mais ainda. "O destino deve estar nos olhando com aquela cara de quem diz 'eu tentei juntar vocês dois.' O destino deve estar nos olhando decepcionado... Que pena!", ouço a voz de Lucas Lucco pronunciando as palavras enquanto uma lágrima brota em meu olho querendo cair sob meu rosto. Estou me sentindo sozinho, com falta de carinho, de um amor. Terminei meu relacionamento com Rachel há mais de três meses, e ainda não consegui engolir esta história muito bem, principalmente agora que estou ouvindo o cantor preferido dela.

Meu iPhone toca, olho no visor antes de atender, e vejo que é meu parceiro Louis. Ele está a me chamar para mais uma balada daquelas que íamos todos os finais de semana antes do meu fracasso amoroso e emocional, "Vamos lá, Joe. Em plena sexta você vai ficar jogado no sofá sofrendo por amor? Se liga parceiro, mulher é o que mais tem no mundo, não se prenda àquela vagabunda, porra! Em menos de meia hora eu passo aí pra te pegar, tô com o carro do meu pai, ele viajou e me deixou em casa sozinho, já que mamãe está de plantão mais uma vez. Hoje a noite é nossa, caralho. Se arruma rapido. Já encosto aí". Antes mesmo que eu pudesse responder, vi a ligação sendo encerrada na minha cara.

Em cerca de segundos após o término da ligação parei de sentir pena de mim mesmo e senti uma energia enorme contagiar o meu corpo. Achei melhor seguir o conselho de Louis, afinal ele estava mais que certo. Sofrer para quê? A vida é uma só. Bora aproveitar!

Corri para a casa de banho e tomei uma ducha. Coloquei uma calça jeans branca, uma camiseta polo vermelha, um sapatenis osklen preto, relógio e corrente de ouro. O perfume era de lei, e custei a escolher um entre minha coleção para a noite, mas ao fim das contas, passei o Ferrari Black, que é, entre todos, o meu predileto. Antes que eu pudesse imaginar, já estava pronto para mais uma. Pronto para ver minha vida dar uma reviravolta, fazendo com que a mesma mudasse da água para o vinho novamente.

O interfone toca e é o porteiro avisando que Louis já estava a me esperar na portaria. Apenas pego dinheiro na gaveta do criado-mudo ao lado da minha cama e vou de encontro à noite da melhoria, pois era isso o que eu estava sentindo que iria acontecer: mudanças!

Avisto Louis em seu -ou melhor, do seu pai- HB20 branco, bancando o maior mala, com o som estalando. A música da vez era Chandelier da Sia, animando-nos antes mesmo de chegarmos ao Descontrole, nosso rolê preferido. Entro no carro. Louis me dá uma lata de cerveja ainda gelada, aumenta mais o som e vamos rumo a felicidade.

Após poucos minutos chegamos ao nosso destino, estacionamos o carro e entramos. Vamos direto ao bar. Enquanto pego um copo de bebida alcóolica, dou uma checada nas ninfetinhas que estão no local e meus olhos treinados avistam uma que me agrada, que já me faz sentir tesão antes mesmo de tocá-la. É esta! são as duas palavras que estão em meu pensamento agora. Louis também acha uma gata para poder aproveitar a noite ao seu lado, que por sinal, é amiga da que eu me interessei. As duas percebem nossos olhares para elas e os retribuem.

- Ganhamos a noite, moleque! - Louis diz dirigindo-se a mim com um sorriso de orelha a orelha.

- Vamos chegar junto, cara. Elas não sabem o que as esperam!

Elas não sabem o que as esperam ou nós é que não sabemos? O tempo dirá.

PISA DEVAGAROnde histórias criam vida. Descubra agora