Memórias de um Yaksha

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O débito cármico quando chega é sempre uma dor insuportável. Se fosse um humano sofrendo essas dores inimagináveis logo imploraria pela morte. Já um Yaksha, um tipo de Guardião das terras de Liyue, tem o corpo e mente fortificados para essas dores agudas, mas nenhum deles eram feitos de ferro, cada um tinha um espírito e uma carne, eles não eram máquinas. Apesar de aguentarem o preço de suas batalhas, Yakshas podiam sentir a maldade se rastejando por sua pele e ligas negras e pegajosas de corrupção lhes segurando e puxando para que seus espíritos fossem quebrados.

    Yakshas são fortes, de fato, eles são os guerreiros de batalha mais fortes do Senhor da Pedra Rex Lapis, mas dos cincos mais poderosos, três sucumbiram ao débito cármico. Um deles foi contaminado pelo medo, outro cedeu seu espírito para as trevas e desapareceu, dois lutaram um contra o outro até a morte, mas um sobreviveu e luta até hoje todas as noites. Xiao por muitos anos, incontáveis anos, honra seu contrato com Rex Lapis e age como Guardião nas terras de Liyue.

    Mesmo para Xiao que conhece aquela dor quase como uma amiga terrível e fiel por eons de massacre de monstros, nem mesmo ele parece ser duro como as rochas que Rex Lapis um dia criou. Depois de uma batalha perigosa contra criaturas terríveis, bem no alto da madrugada onde a lua cede seu brilho pálido sob a floresta de pedra Guyun, o último dos Yaksha anda com dificuldade em seus passos e em sua respiração. Ele sente e consegue ouvir os apertos das ligas negras e todas as vozes que em sua cabeça de Deuses que foram derrotados por Rex Lapis. As vozes eram presentes em sua vida, mas naquele lugar que era praticamente cemitério dos Deuses e Deusas derrotados por Rex Lapis, as vozes se enfureciam mais.  

  Lágrimas negras e espessas desceram pelo rosto de Xiao, mas ninguém poderia ver graças a máscara Yaksha que ele usava

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  Lágrimas negras e espessas desceram pelo rosto de Xiao, mas ninguém poderia ver graças a máscara Yaksha que ele usava. Ele caiu de joelhos tentando respirar, se ele ceder a essas vozes, o que um Adeptus como ele que tem uma força equivalente a Deuses maiores poderia fazer com os mortais...O que poderia fazer com Rex Lapis? Por alguns segundos, Xiao se desesperou e pensou em seus companheiros caídos. Ele jamais culpou os outros Yakshas por terem caído em corrupção, só ele sabe, ou melhor...Só eles sabiam como era difícil se manter são.

    Tendo em sua mente uma imagem vívida de seus companheiros Yakshas e o terrível resultado de cada um deles caindo em desgraça, Xiao segurou o cabo da lança de jade determinado a pagar o preço de não cair pelas vozes da maldade. Se eu puder achar uma formar de selar a mim mesmo antes que isso aconteça... disse Xiao para si mesmo. A ideia de morrer para Xiao não era assustadora, soava mais como...Retribuição depois de tudo que fez como Alatus, e como o Yaksha Xiao. Mesmo que fosse por proteção, ele matou muitos inimigos e matar nunca terá um gosto doce.

    Mais do que pronto para tirar sua própria vida e prestes a pedir perdão à Rex Lapis por esse ato tão baixo contra si mesmo, o vento que movimentou seus cabelos de forma tão delicada...Quase pareceu uma carícia. Junto com aquele vento, um som doce de uma flauta de bambu fez com que o Yaksha ficasse mais vulnerável de forma positiva. Xiao parecia estar curioso com aquele som melódico, pouco a pouco as vozes simplesmente....Se esvaneciam.

Memórias de um YakshaWhere stories live. Discover now