Capítulo único.

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AVISOS:

> Esta é uma fanfic BL. Se não gosta, não leia.

> Personagens e universo HP não me pertencem, pertencem a JK Rowling.

> Casal principal: HarryxNeville

> Contém gatilho. (menção a abuso físico, psicológico e sexual.)

> O conteúdo do gatilho NÃO envolve o casal principal.

> Recomendo a música Body- Jordan Suaste, para a leitura do capítulo.

Boa leitura, doces!🪴🏳️‍🌈

• ⚜ •

Neville nunca fora uma criança muito criativa ou cheia de imaginação. Sua vó o dizia que imaginação era para fracos e desajustados, apenas tolos viviam no mundo da imaginação e Neville não deveria se juntar aos tolos sonhadores. Também não havia escopo para criatividade onde não havia escopo para sonhos e imaginações, então Neville não desenvolvera nenhum dos dotes naturais compartilhados por todas as crianças. Entretanto, havia algo que sua avó nunca fora capaz de o impedir de ter.

Neville era fascinado por cores, ele as adorava desde que tinha idade o suficiente para perceber que sua chupeta preferida era da cor azul, ou que seu carrinho favorito era vermelho. Neville as adorou a cada ano de sua vida, sejam as flores rosas, amarelas ou brancas. Seja o céu azul ou o verde vivo da grama no jardim em frente a sua casa. Talvez a sua fascinação por cores fosse apenas um escape para sua imaginação reprimida, mas ele não se importava. Não, desde que ele pudesse passar horas apreciando as borboletas amarelas que voavam das flores rosas até as brancas e então pousavam nas vermelhas.

Sua fascinação por cores o acompanhou até depois que a imaginação deixava a mente das outras crianças. No entanto, com o passar do tempo Neville deixou de apreciar o vermelho, rosa ou branco das flores, o azul do céu ou o amarelo das borboletas. Conforme amadurecida Neville passara a apreciar as cores dos sentimentos, afinal, ao seu ver, todos possuíam cores. Elas variavam conforme o sentimento desfrutado por qualquer um. Vermelho para raiva, amarelo para alegria ou verde para esperança. Era muito mais fácil entender os outros quando se tinha como ser analítico.

Neville sabia que sua vó normalmente transmitia preto, para pessimismo. Sabia que ele próprio transmitia marrom, para desconforto. Entretanto, ao olhar para fora da janela, onde bruxos e bruxas passavam com suas variadas emoções, um arco-íris era formado e Neville poderia, facilmente, passar horas admirando as inúmeras cores que cada um parecia irradiar. As crianças pulavam em amarelo, seus sorrisos gritavam alegria. Os adultos, em sua maioria, não variavam muito entre vermelho, de raiva, roxo, de inveja ou egoísmo e preto, para o pessimismo. Porém, em alguns momentos, alguns poucos segundos haviam verde, para esperança, branco, de paz ou laranja, para o prazer. E essas cores pareciam alegrar todo o pequeno arco-íris que era o escopo para sua própria e deturpada imaginação.

Talvez aquela fosse apenas uma desculpa para sua completa falta de jeito para lidar com qualquer assunto que envolvesse emoções, suas ou de terceiros. Ou fosse apenas um meio de esconder a sua absoluta inssociabilidade. Afinal, não importava o quão bom Neville fosse em ler as pessoas e organizar seus devidos sentimentos por cores, Neville simplesmente era uma lesma quando se tratava de lidar com sentimentos ou emoções, ou pessoas. Ele não sabia manter uma conversa ou expressar o que sentia, afinal ele sentia em cores e não poderia dizer "Eu me sinto amarelo hoje." Ou "Estou me sentindo um pouco marrom.". Não, ele não poderia, ou seria taxado de esquisito e ele já era excluído o suficiente.

Gray for sadnessTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon