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A campainha tocou naquele dia frio, fazendo Juliette empurrar a cadeira de rodas até a porta e abrir a mesma. Uma semana depois que havia deixado o hospital fizeram seus braços já conseguirem empurrar seu próprio peso, porém ainda era difícil e extremamente desgastante para a garota.
- Encomenda para a princesinha mais linda do mundo. - Sarah disse, erguendo duas caixas de pizza e abrindo um sorriso imenso.
A semana havia sido corrida e, apesar de ela ter visto Juliette durante todos os dias, nunca teve tempo de realmente aproveitar um tempo com ela.
- Entra. - Juliette disse, vendo Sarah chacoalhar a neve de seu corpo e entrar na casa quentinha. A maior retirou suas roupas grossas e as pendurou no cabideiro que se localizava perto da porta.
- Posso levar isso até a cozinha? - Sarah perguntou e Juliette assentiu, vendo a garota se locomover até lá. - Sua mãe me ligou e vim assim que pude. - Informou assim que voltou com dois copos cheios de refrigerante e os colocou no porta copos sobre a mesa de centro.
- Ela teve que fazer algo importante, mas não sei o quê. - Juliette disse, dando de ombros. - Você sabia que as mitocôndrias sempre virão da sua mãe? - Juliette perguntou de supetão. - Se você fosse garoto, sinto muito, você nunca passaria suas mitocôndrias para ninguém, mas você é uma menina, então você passará suas mitocôndrias para seus filhos. - Disse sorrindo, fazendo Sarah franzir o cenho.
- Sabia, mas isso não é muito avançado para estar aprendendo? - Sarah perguntou e Juliette assentiu.
- A professora deixou o livro de ciências do ano inteiro aqui. - Ela falou. - E eu não tenho nada para fazer, então eu li ele todinho. - Sarah arregalou os olhos surpresa.
- Você realmente gosta de ler, uhm? - Perguntou, indo até a cozinha apenas para pegar uma das caixas de pizza.
- Eu amo. - Ela disse animada. - A mamãe disse que compraria um celular para mim, mas eu não tenho com quem falar. Não estudei em uma escola, então não tenho amigos.
- Heyy, e quanto a mim? - Sarah perguntou, vendo Juliette sorrir.
- Eu poderia conversar com você pelo telefone? - Ela perguntou, vendo Sarah lhe colocar no sofá ao seu lado.
- Claro.
- Quando eu quisesse? - Indagou, vendo Sarah lhe servir.
- Quando você quisesse. - Respondeu.
- Acho que eu vou falar para a mamãe comprar um para mim. - Ela disse, vendo Sarah sorrir e assentir. - Era para eu ler só uma página do livro e fazer os exercícios, mas eu gostei e li tudo. Aí pulei para o de história e agora estou no de geografia. Não gostei de geografia. - Juliette disse em uma careta e Sarah riu.
- Você é um prodígio. - Sarah disse, mordendo um pedaço de pizza no momento seguinte.
- Eu terminei quatro filmes de romance ontem e um de comédia. - Juliette disse. - Eu sinto que tenho tanto para recuperar. Eu sinto que tenho tanto para aprender. - Disse suspirando. - Sarará, eu li por uma hora o dicionário ontem.
- Meu amor, ninguém lê o dicionário assim. É chato. - Sarah disse rindo, limpando o canto da boca com a língua.
- E para que serve então? - Juliette perguntou confusa.
- Você geralmente usa quando vai ler algum livro mais formal, para descobrir os significados das palavras que não entendeu. - Explicou. - Ou aleatoriamente procurar por alguma palavra sozinha, porém hoje em dia a maioria das pessoas usam o Google.
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Em um piscar de olhos - Sariette
FanfictionJuliette Freire tinha apenas seis anos quando seus pais decidiram tirar as tão famosas férias em família. Iriam para Los Angeles, porém, o destino lhes foi cruel, causando um choque de um caminhão desgovernado contra o carro onde estavam durante o c...