Taehyung

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Olhei assustada para trás e vi meu pai ali, rapidamente ele expôs as enormes asas e voou me carregando, ele voou tão rápido que eu mal podia ver a paisagem ao meu redor, apenas um borrão verde, ele me abraçou de lado e deu um impulso seguindo direto para nossa casa; um castelo de pedra. Quando chegamos a entrada principal ele pousou e me colocou no chão, mas ainda segurava meu braço fortemente, os guardas abriram caminho e meu pai me rebocou até a sala de reunião, apontou uma cadeira e eu me sentei, ele se sentou de frente para mim.

- O que estava fazendo ali? – Perguntou e eu mordi o lábio inferior.

- Nada, eu só... Eu estava curiosa – Respondi e ele suspirou.

- Minha filha, minha preciosa Ella, você sabe dos perigos, então por que insiste? - Questionou e eu notei um pingo de decepção em sua voz. Desde sempre eu sabia que não podíamos ultrapassar a fronteira, não sem um motivo plausível.

- Eu sei pai, me desculpe – Pedi – Eu vi um brilho e, nossa, parecia tão bonito e atrativo – Senti meus olhos brilharem e minhas mãos tremeram, de repente eu queria chorar, eu queria aquele brilho. Por Deus, o que estava acontecendo comigo? Meus olhos arderam e eu respirei fundo.

- Um brilho? – Meu pai arfou e colocou a mão na cabeça, respirou fundo e disse em um único suspiro – Ella, era uma armadilha, não volte mais lá. Estamos entendidos? – Ele bateu a mão na mesa e eu me assustei, ele fechou os olhos e respirou fundo novamente – Eu já perdi a sua mãe, não me deixe perder você também.

Ele pediu e por um segundo eu senti a tristeza do meu pai, como eu disse, fadas só amam uma vez e é para sempre, muitas morriam de tristeza após o falecimento ou perda do companheiro. Por mais incrível que parecesse quando uma fada via o fogo brilhar ao redor do seu amor da vida, automaticamente seu companheiro via também, era como predestinação. O cordão vermelho se acendia e eles estariam conectados para sempre.

Bem, eu havia aprendido assim.

- Sim, senhor – Respondi baixo e ele permitiu que eu me retirasse, quando sai da sala de reuniões parecia que eu havia sido sugada e todas as minhas energias haviam ido embora, e eu precisava descansar um pouco.

Corri pelo corredor pronta para entrar em meu quarto quando vi meu irmão caminhando em direção a minha porta, ele estava de costas e eu vi a oportunidade perfeita para o devolver o último susto que ele havia me dado meses atrás, passei a caminhar na ponta dos pés e me abaixei, em uma posição defensiva e com um pulo pousei em suas costas e ele riu fraco.

- Não foi dessa vez princesinha – Taehyung me olhou em suas costas e puxou minhas pernas, me segurando como um macaquinho.

- Ah Tae, não vale – Choraminguei e ele abriu a porta do meu quarto e me jogou na cama se deitando por cima de mim – Sai, você é mais pesado do que parece.

Ele riu e se deitou ao meu lado.

Taehyung era um ano mais velho que eu, ele e Jimin tinham a mesma idade, eles eram melhores amigos desde sempre, eu mal consigo ter uma lembrança de um sem que o outro não esteja presente, eles estudaram juntos, treinaram juntos e se formaram com êxito juntos, aprontaram muito juntos também, mas havia uma pequena e ao mesmo tempo gritante diferença entre os dois: Jimin era fiel ao reino e meu irmão não.

Bem, pelo menos era isso o que todos diziam, acontecia que Taehyung era um espírito livre, apesar de tudo que aconteceu ele jamais concordou com essa separação entre fadas e humanos e por esse motivo meu irmão vivia lá e cá, para a maioria isso era uma afronta, até mesmo uma traição tendo em vista que foi por causa dessa raça que nossa mãe faleceu, no entanto, meu irmão não pensava dessa forma. Ele passava semanas e as vezes até meses com os humanos.

Era uma vez - O fogo Onde histórias criam vida. Descubra agora