Profano - Taejin

O único

3 anos depois

O celular de Seokjin despertou às oito horas da manhã. Ele o desligou com um resmungo. De seu lado, um homem se remexeu. Kim Seokjin sorriu e se aproximou dele, para abraçá-lo.

- Bom dia – ele soprou e lhe deu um beijo na bochecha.

- Que horas são?

- Hora de acordar, Sihyoung.

Sihyoung gemeu, em reclamação. Seokjin se levantou da cama, vestindo apenas um short de pijama, assim como seu namorado, que ainda estava deitado na cama de casal.

- Você vai se atrasar para o trabalho – Seokjin disse. Ele pegou sua toalha.

- E você? – Sihyoung perguntou, finalmente se sentando na cama. Seu cabelo estava desarrumado e tinha uma cara inchada de sono. Ele definitivamente não era uma pessoa matinal.

- Hoje tenho que dar aquela palestra onde fui convidado, igual eu te falei – Seokjin explicou. Ele foi para o corredor do apartamento que ambos dividiam, mas antes de chegar ao banheiro, tirou o short e o jogou em Sihyoung. – Me acompanha no banho?

O tom sugestivo da pergunta fez Kim Sihyoung sorrir.

- Você sabe que sim.

***

Taetae estava miando sem parar.

- Preciso ir agora – Sihyoung deu um selinho nos lábios de Seokjin. – Depois me conte como foi a palestra.

O nariz de Sihyoung estava vermelho.

- Já tomou o antialérgico? – Seokjin perguntou enquanto passava seu café.

Seu namorado assentiu e se despediu de novo, antes de sair pela porta. Seokjin sorriu o vendo ir e se agachou ao lado de Taetae.

- Você ainda vai acabar matando o Sihyoung de tanto espirrar, sabia? – Seokjin fez carinho no bichano, que não parecia nada satisfeito. – Pare de me olhar assim, já vou pegar seu iogurte.

Na verdade, desde que Seokjin e Sihyoung haviam se mudado de vez de volta para Coreia, depois de dois anos e vários meses na Itália, seu namorado e seu gato não se davam bem um com o outro. Um dos motivos era a forte alergia que Sihyoung tinha a pelos de gato, o que não permitia uma maior aproximação.

Enquanto Seokjin estava na Itália, era um pouco melhor, já que eles não viviam juntos, então Taetae e Sihyoung não conviviam por tanto tempo. Mas era uma briga por atenção que Seokjin estava disposto a aturar.

Kim Seokjin havia conhecido Sihyoung em seu segundo ano como mestrando na Itália. Ele era mestiço e como Sihyoung era filho de uma coreana, a aproximação dos dois foi natural, ainda mais estando pela primeira vez sozinho, em um país que nunca sequer havia visitado e onde não dominava completamente a língua.

Quando Kim Seokjin chegou na Itália, ele estava completamente um caco. Munido de apenas uma mala e uma caixa de transporte onde levava a um gato nada feliz, sua estadia no país não parecia promissora. Ele, contudo, não poderia voltar para trás.

Foram alguns dias de conversa, entre o professor e a Universidade para que eles permitissem que ele mudasse a modalidade de seu mestrado, de remoto para presencial. Durante esses dias, Seokjin ficara em um hotel barato que encontrara e não havia visitado seu antigo apartamento sequer uma vez.

Quem buscou as coisas de que precisava fora seu primo, que o havia ajudado com tudo de bom grado e sem muitas perguntas. Era tudo o que ele precisava.