Doce Viagem

Sixty Six

"Meu bem
tu tem meu coração acelerado,
tu tem meu frio na barriga,
tu tem meubriso nervoso.
Meu bem,
tu me tem."

Jasmine Ward

Era como se o clima estivesse estranho, não sei explicar. Mas é como se meu corpo já estivesse se preparando pra algo ruim, sentia todos meus músculos contraírem, em pura tensão. Mesmo que minha mente tentasse me convencer exatamente do contrário, que nada ruim iria acontecer. Estamos bem, está tudo bem.

Zach ficou me encarando por alguns segundos, ainda com a mão no meu rosto, olhei em seus olhos... Ele estava tranquilo, apesar da expressão cansada e talvez estivesse sentindo um pouco de sono.

Eu estava nervosa, enquanto ele esboçava tranquilidade, mas não falava nada. Mas que merda!

— O que foi Zach? Fala. – Comecei a ficar ansiosa.

Sempre sinto que uma hora vai cair uma bomba sobre nós e algo vai dar errado.

Por mais que eu tente ser positiva... sentir esse medo, é inevitável. Por isso tive tanto medo de pular de cabeça no início, amo ele tanto que se algo acontecer eu vou quebrar, e acho difícil conseguir ficar inteira novamente.

Para de pensar bobagem Jasmine! Escuta o que ele tem pra falar... Se ele falar. O que está acontecendo afinal?!

Ele acabou de me convidar pra morar com ele, então, o que diabos está acontecendo?!

— Zach, fala de uma vez!

— Calma amor, não precisa ficar nervosa. – Ele sorriu de lado – Eu resolvi tirar uns dias de folga, pra podermos aproveitar...

Meu coração que estava apertado a segundos atrás, agora se encontra repleto de felicidade, alegria por ele sempre pensar em mim, em nos. Apesar de que estou irritada por ele ter me deixado desesperada pensando que tinha algo acontecendo.

Respirei fundo e tentei ficar calma e não estragar o momento.

— Sério?! – Indaguei feliz – Isso não vai te atrapalhar?

— Amor... Se for com você, nada me atrapalha.

Sorri feito boba aconchegando a cabeça em seu peito, o dia já tinha amanhecido e estávamos deitados na minha cama, precisávamos acordar antes do meio dia pra levar minha mãe até o aeroporto.

— Desculpa ter te deixado nervosa... Eu tento fazer surpresas e sempre estrago tudo. – Sua fala parecia tão preocupada.

— Você não estragou nada, amor.

— Esse último ano foi tão... Difícil. Pra nós dois, pra nossa relação. – murmurou – precisamos de um tempo só pra nós.

— O que vamos fazer nesses dias? – Perguntei com a voz sonolenta.

— Tudo que você quiser. – Fez carinho em meu cabelo, pressionando o corpo contra o meu.

Acabei adormecendo ouvindo o som das batidas calmas do seu coração.

(...)

Era sábado ao meio dia, estávamos em um restaurante prontos pra almoçar.

Ainda estava me recuperando da formatura, tudo parecia mentira, tão surreal... A noite tinha sido tão perfeita que eu quero guardar pra sempre todos os momentos. E não vejo a hora de saber o que a vida tem guardado pra mim daqui pra frente. Admito, estou ansiosa.