[ONE SHOT] Não gostava de corvo, tinha pavor do animal, eles são "asquerosos" segundo a adolecentes.
O que era para ser apenas um final de semana sem sua mãe, se tornou o pior pesadelo de Lia.
(Fanfic postada em 2020)
📌 Cover By: AyaWestmacott2...
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O barulho era insuportável, o cheiro pior ainda, eu definitivamente odeio corvo.
Não lembrava como havia parado aqui, mas tinha uma breve lembrança de quem poderia ter me trazido.
— Sua mãe irá passar o final de semana fora, e pediu para mim cuidar de você. — coloca as mãos nos bolsos da jaqueta.
Balanço a cabeça confusa e abro a porta por completo.
— Desculpa senhor Kim. — Falo evitando olhar nos olhos vazio e ao mesmo tempo, penetrantes de meu vizinho — Minha mãe não me falou nada sobre o senhor cuidar de mim cuidar de mim.
Não era de hoje que a existência do vizinho da casa ao lado me incomodava. Kim Taehyung parecia apenas um homem frio e excêntrico aos olhos das pessoas do meu bairro, mas para mim, ele era muito mais bizarro do que excêntrico.
Sempre que chegava do colégio e passava em frente a sua casa um cheiro podre queimava meu nariz, um cheiro extremamente semelhante ao cheiro de quando encontramos vovó morta em sua casa quando eu tinha oito anos. Cheiro de carniça, cheiro de pássaro morto.
Cheiro de morte, esse era o cheiro de Kim Taehyung.
Costumava o observar as vezes pela janela do meu quarto, o mesmo raramente saia de casa, mas quando saia, passava a tarde observando seu jardim, que antes era florido por conta de Park Jimin, q era o antigo dono da casa, mas que depois da chegada de meu novo vizinho bizarro, havia se tornado feio. As flores antes vivas em tons de vermelho e amarelo, agora possuíam uma tonalidade de verde musgo e cinza; sempre murchas, transmitindo um ar pesado e sombrio a quem visse.
Uma vez durante o jantar, me queixei sobre as bizarras situações envolvendo o senhor Kim; mamãe disse que era apenas impressão minha, e que nosso vizinho recém chegado na verdade era de extrema simpatia, mesmo que eu nunca tivesse visto os dois conversando, acreditei que talvez pudesse ser paranóia minha e voltei a comer.
Agora vejo que não era apenas paranóia, que mamãe estava errado, e que, na verdade, Kim Taehyung não era nada simpático. O colchão em que eu me encontrava deitada era desconfortável, quase tão fino quanto uma folha sulfite, as paredes eram cobertas de mofo, o chão era de madeira e parecia que iria desabar a qualquer instante de tão velho. As aves pretas e mortas no chão me anoja, as que voavam pelo comodo me amedrontam, e as paradas no canto com os olhos vermelhos brilhando em meio a escuridão me apavoram, parecia que iam voar no meu rosto a qualquer momento, e eu já estava pronta para minha morte caso isso acontecesse.
Odeio corvos!
Parece que enquanto dormia eles aproveitaram bastante. As marcas de bicada das aves faziam meu braço arder, e o sangue seco piorava, cada vez que mexia meus braços eu sentia os meus pelinhos sendo arrancados.
Encolhida em um canto da cama e agarrada as minhas pernas, ouço um barulho de uma das aves crocitar, a mesma que passou como um vulto em minha frente e começou a bater as asas na minha cara.
