24. Confusa família de Patrick

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Acordei no 320, corri para o banheiro antes mesmo de todos acordarem. Coloquei um vestidinho verde claro, e um tênis branco, fui até a cozinha e fiz o café da manhã; Olhei no relógio e eram oito horas

Minha mãe se levantou e a mesa estava posta, o sorriso satisfatório no seu rosto era nítido, ela queria que fosse feito aquilo todos os dias. A mesma continuou descendo as escadas e me abraçou

-Bom dia, bença..

-Deus te abençoe, que linda essa mesa!

Sorri e ela foi até a mesa se sentar, tirei os cookies do forno e levei até a mesa. Ela olhou surpresa e eu me gabei sem ao menos precisar falar, coloquei o que faltava e subi para o quarto

Todos estavam dormindo no chão amontoados, coloquei meu colchão no chão junto com outro do sofá cama e nos esprememos juntos

Fui na ponta dos pés até minha escrivaninha, liguei a caixa de som no máximo. Ri ao pegar meu celular, já sabia que era morte na certa, Luana se mexeu e eu travei com os olhos arregalados. Alarme falso, liguei o som

-JINGLE BELLS JINGLE BELLS -Todos acordaram no susto e eu comecei a rir

Estavam bastante bravos -É véspera de natal gente! anima povo! -Disse rindo e me olharam com raiva, as meninas se levantaram e eu comecei a correr

-Eu vou te matar! -Luana gritou e eu saí de casa

Chegamos na rua e elas me alcançaram, começaram a me fazer cócegas em mim. Eu já estava passando mal, alguém apareceu e cortou o barato delas. É o Patrick

-Lindos pijamas meninas -Elas se entreolharam e correram para dentro de casa -Salva pelo gongo

-Obrigada.. o que faz aqui?

-Fui na casa da minha avó, ela não estava. Deve ter ido ao mercado -A avó do Patrick mora na minha rua, uma das razões por sempre estarmos tão próximos

Ele ficava bastante na casa da avó dele, me lembrei de ter visto ele algumas vezes depois que nos conhecemos. Nunca tinha reparado nele, ando avoada na rua, Patrick não tem um vinculo muito forte com os pais

Eles estão quase sempre trabalhando, sua avó quem sempre lhe deu atenção e o carinho devido. O amor que ela tem pelo neto é enorme, Patrick tem uma irmã mais nova chamada Evangeline; Um amor que não cabe dentro dela, tem onze anos e mora com o pai biológico na Itália

Ela morou dois anos com o Patrick e por mais que não tenha sido muito, foi o bastante para ela se apegar a ele como se fosse o príncipe da vida dela. Eu convivia com ela o tempo inteiro na escola, uma gracinha! dizia que eu era a irmã mais velha dela

Irmã de outra mãe, ela viu isso na internet uma vez e não parava de falar que éramos eu e ela. Saudades da pequena, ela fala fluentemente inglês, italiano e português; Linda demais, ruivinha dos olhos azuis claro, tal como o pai que pude conhecer quando veio buscá-la

-Vai para casa? -Perguntei e ele abaixou a cabeça, um tanto triste; Não teria o que fazer em casa, a não ser olhar para o teto e pensar no quão mal os responsáveis deles eram na qualificação de "pais" -Eu fiz um café da manhã especial, não quer ficar?

Ele sorriu fraco e eu estendi a mão, fomos entrando, minha mãe estava na janela da cozinha que tinha vista para o quintal. Olhei para ela e a mesma sorriu contente, ela sabia que o rapaz ao meu lado sofria dentro de casa

Ele sempre disse que minha mãe era como a que ele nunca teve, logo depois da avó. Ele era tratado como um bebê, mais do eu que sou filha; Apesar de tudo o que aconteceu tentamos deixar de lado e prosseguir, e minha mãe fez isso muito bem

Amor internacionalWhere stories live. Discover now