Cap 26

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Bianca.

Senti algo tocando meu rosto e isso me fez abrir os olhos. Pisquei os olhos várias vezes e encontrei a Maria Eduarda me olhando com uma expressão de alívio, seu rosto estava inchado e imaginei que ela teria chorado bastante.

— Eu estou no céu? - Eu perguntei na intenção de fazer ela rir, ela sorriu fraco e me abraçou forte. - Amor, meu braço.

— Você me assustou tanto, o que deu em você? - Ela perguntou se afastando para me olhar.

— Não sei se você esqueceu mas infelizmente eu sofro de ansiedade, foi isso que deu em mim. - Eu falei me ajeitando no sofá. Olhei pro meu braço e estava com uma leve marca da faca.

— Você tentou se cortar? Eu vi a faca do seu lado, foi por culpa minha né? - Ela perguntou e eu segurei seu rosto.

— Você não tem culpa de nada, eu tive uma crise de madrugada porque você não estava abraçada comigo e eu comecei a pensar coisas ruins, como sempre. - Eu disse e ela me olhou triste.

— A culpa foi minha sim, eu não deveria ter feito esse silêncio todo sabendo que você passa por isso, me desculpa. - Ela disse e eu fiz um leve carinho no seu rosto e cabelo.

— Nós duas erramos dessa vez, mas já passou e eu não vou fazer isso de novo. Até porque nem pra me matar eu sirvo. - Falei e ela me encarou séria.

— Bianca para de dizer isso, você sabe o desespero que eu senti ao te ver caída no chão descordada pela segunda vez em quarenta e oito horas? Eu não aguento mais passar por isso, eu não aguento mais ter medo de te perder, porque eu sei que isso me mataria também. - Ela falou em lágrimas e eu senti meu coração partir.

— Eu não queria fazer você passar por isso, na verdade minha cabeça pensa que você ficaria melhor sem mim, sem meus problemas pra te atrapalhar. - Eu falei sincera e ela riu fraco.

— Bianca eu não sei o que faria da minha vida sem você, eu tô te pedindo pra você dar uma chance pra viver essa vida comigo e com as pessoas que te amam. Não faz isso de novo, por favor. - Ela pediu e eu balancei a cabeça, ela se inclinou e me abraçou, dessa vez devagar.

— Maria Eduarda eu te amo tanto que não cabe em mim, obrigada por não desistir de mim, quando o que eu mais quero é isso. - Eu falei ainda abraçada a ela. - Eu te prometo que não vou mais fazer isso.

— Eu te amo muito neném, eu vou estar com você até quando você não quiser mais. - Ela falou depois de olhar nos meus olhos e eu sorri. Puxei ela para um beijo e assim ficamos por alguns minutos e assim eu me senti viva novamente.

Duda.

Depois do susto que a Bianca me deu, eu coloquei ela de volta na cama e dormimos abraçadas por algumas horas. Acordamos juntas e o relógio marcava sete da manhã, ajudei ela a tomar banho e tomamos café juntas. Decidi ligar para a Isabella e saber quando que ela ia voltar pra casa.

— Oi amiga, você já está vindo pra casa? - Eu perguntei assim que a ligação iniciou.

— Eu e o Miras estamos terminando de tomar café, tá tudo bem por aí?

— Essa madrugada foi horrível, a Bianca teve outra crise de ansiedade. - Eu expliquei.

— Meu deus, e ela está bem agora? - Ela perguntou preocupada.

— Agora sim, mas eu preciso de você aqui, quando você chegar eu te explico melhor.

— Certo, daqui a uns dez minutos chegamos aí. - Ela disse e eu desliguei a ligação. E como ela disse, em dez minutos a campainha tocou e ela apareceu com o Miras.

— Oi Miras, quanto tempo. - Falei com o garoto que me abraçou.

— Você tá bem? Cadê a Bianca? - A Isa me perguntou e eu olhei pra ela.

— Ela está no quarto e estamos bem.

— Me conta o que aconteceu. - Ela pediu e eu expliquei tudo para eles, da nossa mini briga até a madrugada.

— Meu deus que terror, não sei o que eu faria no seu lugar Duda. - O Miras disse depois de ouvir tudo.

— Eu não soube o que fazer, só coloquei ela no sofá e torci pra ela acordar. - Eu falei e a Isa me olhou.

— Eu tive que aprender a lidar com isso, é bom que ela tenha mais alguém pra estar com ela. - A Isa disse e eu concordei.

— Ela disse que não ia mais fazer isso, e eu vou evitar dar motivos pra ela ter crises como essas. - Eu disse e meus amigos concordaram.

— Sim amiga mas por favor, não ache que você tenha tido culpa nisso. - A Isa me falou e o Miras reforçou o que ela disse.

— Isabella meu deus! Esquecemos de contar aos pais dela. - Eu falei lembrando.

— Puta merda, a gente esqueceu completamente, que tipo de amigas nós somos? - Ela disse e eu corri pra pegar meu celular na mesa.

— Eu vou ligar pra ela, calma. - Eu falei entrando no meu whatsapp e ligando para minha sogrinha. - Oi sogrinha, tudo bem? - Eu falei assim que a ligação iniciou.

— Oi norinha, não esperava essa ligação sua, aconteceu alguma coisa? - Ela perguntou e eu me xinguei internamente.

— Na verdade sim, antes saiba que a Bianca já está bem e em casa mas, ela sofreu um acidente dois dias atrás. - Eu falei e ouvi o choque dela do outro lado da linha.

— Meu deus? Como assim acidente Duda? E por que eu só estou sabendo disso agora?

— A gente acabou esquecendo, eu fiquei no hospital com ela até ontem e não tinha pegado no celular até hoje de manhã. Como eu disse, ela já está em casa e sendo por mim e pela Isa, desculpa por contar assim. - Eu falei torcendo para minha futura sogra não me odiar.

— Obrigada Duda, graças a Deus que ela está bem, eu vou ligar pra ela, onde ela está?

— Agora ela está dormindo, mas daqui a pouco eu vou acordar ela pra tomar remédio e eu falo pra ela te ligar.

— Tá bem meu amor, vou desligar agora, tenha um bom dia e qualquer coisa me liga, por favor.

— Pode deixar, se cuida. - Eu falei e desliguei o telefone, suspirei aliviada e meus amigos me olharam.

— Isso tudo me deu fome, tem algo aqui? - O Miras disse e eu ri.

— Quando que você não tá com fome Miras? - A Isa disse para o garoto.

— Eu vou fazer o almoço, quer minha ajudar Isa? - Eu falei me levantando do sofá.

— Vamos, vou fazer macarrão. - A menina disse e assim começamos a cozinhar juntas, o Miras comeu um biscoito e depois foi ver a Bianca no quarto.

Bianca.

Acordei de um sonho maravilhoso, que me deu a ideia de realiza-lo o mais rápido possível. Na verdade eu não sei porque demorei tanto mas agora não vou perder mais tempo.

A porta do quarto abriu e o Miras apareceu, disse que as meninas estavam fazendo o almoço. O garoto veio me abraçar e perguntar como eu estava depois dos dois acidentes, e falou que minha mãe ligou.

Com toda essa agonia eu nem lembrei de mandar mensagem pra gordinha, eu fiz uma rápida ligação com ela e voltei a falar com o Miras.

— Eu quero pedir a Maria Eduarda em namoro, e vou precisar da ajuda do bonde todo. - Eu falei baixo pro garoto e ele sorriu animado.

— Finalmente, mas como que você pretende fazer isso nesse estado? - Ele perguntou se referindo ao gesso na minha perna.

— Foi por isso que eu disse que vou precisar da ajuda de vocês, idiota.

— Se você me ofender de novo eu não te ajudo em nada, idiota. - Ele disse e eu revirei os olhos.

— Eu te pago um jantar depois, eu preciso que você arranje uma cadeira de rodas pra mim.

— Beleza, mas isso é pra que dia?

— Amanhã, quero fazer isso o mais rápido possível. Vou te explicar tudo. - Eu falei e comecei a dizer o que eu planejei para ele. Eu espero que tudo saia perfeito.

Obstáculos de amar vcOnde histórias criam vida. Descubra agora