Ao contrário, forma desejo

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Já era dia 29 de dezembro quando eu fui comprar o presente de Harry e dos gêmeos, e felizmente não encontrei nenhum conhecido no Beco Diagonal, pois tive medo de encontrar alguém e a pessoa acabar estragando a surpresa. Meu irmão, mesmo já tendo ido em agosto, continuava maravilhado por cada detalhe que havia dentro e fora das lojas e praticamente implorou para tomar "sorvete mágico" que, sinceramente, só os sabores eram diferentes, pois a textura e a casquinha eram iguais, mas tudo bem. Mesmo assim, não posso falar mal, pois o de chocolate com amora era maravilhoso, um dos melhores que eu já provei. E como não acharia em nenhum outro lugar, talvez fosse mágico mesmo, quem sabe.

Quando chegamos em casa, tomei um susto ao ver uma coruja esperando do lado de fora da casa, em cima da caixa do correio. Não a reconheci de primeira, mas imaginando de onde vinha, saí correndo em sua direção, torcendo para que nenhum vizinho tivesse reparado no animal. Dei um pouco de carinho para ela, que me entregou a carta e saiu voando de volta para onde quer que tenha ido.

― Quem mandou? ― Harvey perguntou, vendo o envelope na minha mão.

Ergui a carta e comecei a procurar pelo remetente, mas a única coisa que havia era o meu nome e meu endereço, tudo escrito de uma forma torta que me fez ter certeza de que era Rony, o que me fez relaxar um pouco.

― Rony... ― Respondi. ― Provavelmente.

Minha mãe saiu do carro e já abriu a porta de casa, quase rezando para que ninguém tivesse visto Errol enquanto a gente não tinha chegado. Quando entrei em casa, meu pai pediu para que eu ajudasse antes de ler, então tive que levar todos os presentes para meu quarto antes de poder ler o que estava escrito. Assim como do lado de fora, a letra de Rony continuava feia na carta em si, mas eu conseguia ler bem.

April,

O Natal foi legal. Harry ganhou uma capa de invisibilidade e um suéter da mamãe (o seu tá aqui também, pra quando voltar), eu também ganhei coisas legais, depois te mostro. O problema é que Harry usou a capa dele para procurar sobre Flamel, e além de não achar, ainda encontrou um tal Espelho de Ojesed.

Não sei que droga de espelho é esse, mas não é coisa boa. Eu me vi com a taça de quadribol, o que foi ótimo, mas Harry vê os pais dele. E agora ele não quer saber de outra coisa mais. Se pudesse, acho que ele moraria naquela sala onde o espelho fica. Já tentei falar com ele um monte de vezes, chamei pra jogar Xadrez, pra sair, mas parece que nada é mais interessante. Talvez se você falar com ele, Harry volte ao normal, ele sempre te escuta. Já não sei mais o que fazer, espero que você consiga.

Espero que esteja tudo bem por aí também.

Rony.

Quando terminei de ler, tive que voltar para ter certeza de que não estava lendo coisa errada. Capa? Espelho? Um suéter pra mim?

Respirei fundo. O suéter não importa, embora eu ache que seja lindo e esteja curiosa para vê-lo, mas... Ai meu Deus, eu e Hermione saímos por alguns dias e daqui a pouco essa escola explode! É só o que falta!

Um espelho que mostra os pais de Harry... Imagino que isso seja importante para ele, afinal nunca os viu antes. E para completar, seus tios eram idiotas... Mas, se Rony não estava exagerando, já estava chegando em um nível perigoso. Ele não estava mais dando atenção nem para as coisas que lhe importavam antes, como seus amigos, por algo que... Por algo que não é real, infelizmente.

― Que aconteceu?

Olhei para a porta do meu quarto, onde Harvey estava parado me olhando. Franzi o cenho. Como ele...?

― Sua cara deixa tudo bem claro... Aconteceu alguma coisa em Hogwarts. O quê?

Fiz sinal para ele vir ler. Por mais que Harvey fosse chato, ele era confiável. E talvez soubesse melhor como lidar com a situação do que eu agora. Quando sentou ao meu lado, pegou a carta dos meus dedos e começou a ler, fazendo careta em alguns momentos e arregalando os olhos em outros.

A Garota dos Cabelos de Fogo • HPDove le storie prendono vita. Scoprilo ora