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Nunca achei que um dia eu precisaria voltar para este lugar

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Nunca achei que um dia eu precisaria voltar para este lugar.

Belo Horizonte foi meu lar por quinze anos da minha vida, mas me ver livre dela pode ter sido a melhor coisa dentro de todos os acontecimentos — ou não.

Mas é claro que aquela mulher faria de tudo para me ver longe da única família que me restou, faria de tudo para colocar meu pai contra mim.

Perder as pessoas que amo já virou um hobbie.

Sinto falta da mamãe todos os dias da minha vida, e tenho certeza que se ela estivesse aqui, me aconselharia a não abaixar a cabeça para Talisha, e a lutar com unhas e dentes por minha carreira e, principalmente, por um espaço na vida de meu pai.

Mas chega um momento que cansa. Cansa ter que me justificar por coisas que eu ao menos fiz, cansa ter que me justificar por coisas fúteis que uma mulher de quase 40 anos de idade vem inventando há dois anos seguidos só para chamar atenção de um homem. Cansa todos os dias ter que conquistar o meu próprio pai.

Então eu apenas desisti. Realizei o maldito sonho da minha madrasta e voltei para o internato no Brasil, enquanto ela vive uma vida feliz com meu pai na Austrália. 

Já faz dois dias que estou aqui. O Centenário Albuquerque é uma das melhores escolas preparatórias do país, principalmente para alunos que sonham em estudar no exterior, ou seja, aqueles que têm dinheiro sobrando no banco.

Minha mãe morreu de câncer de mama quando eu tinha 15 anos e meu pai, além de ser meu antigo empresário, também é de vários famosos na Austrália.

Os dormitórios daqui são todos individuais, já que eles prezam pelo conforto e o silêncio total dos alunos e, sem sombra de dúvidas, esta é a coisa que eu mais amo aqui, pois calmaria era o que eu menos tinha na minha antiga casa. As aulas só começariam na segunda-feira, e como hoje ainda era sábado, teria mais um dia em meu próprio mundo até tudo começar novamente.

Mas infelizmente minha tranquilidade acaba assim que escuto batidas em minha porta, por cima do vocal de Pixote que ressoa pelos meus fones.

Levanto-me em um só pulo, perguntando-me se esqueci de pegar algum papel com a diretora Morgana ontem à tarde e dou um sobressalto assim que vejo a última pessoa que queria ver no mundo do outro lado da porta.

— Então é verdade. — Um sorriso de canto se abre em seu rosto enquanto seu olhar brilha em provocação.

O universo só pode estar de brincadeira com a minha cara.

— Samuel — rosno.

Minhas mãos estão suando em completo desespero e meu corpo anseia por qualquer forma de escapar deste momento.

— Quanto tempo, amor. — A palavra sai por sua boca de forma totalmente provocativa, me fazendo desejar pular em cima dele e acabar com aquele rosto bonito que eu tanto amei um dia. — Sentiu saudades?

Fogo Cruel [DEGUSTAÇÃO]Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt