𝟎𝟐

3.4K 397 389
                                    

s/n.

Acordar todas as manhãs com um choro de bebê ao meu lado se tornou uma parte essencial da minha rotina particular; mesmo depois de passar a madrugada acordada balançando um pequeno ser sentindo cólica em meus braços, sempre que escutava meu filho a chorar pela manhã era um sinal que outro dia estava prestes a começar, como se aquilo servisse como um despertador natural que não precisava ser programado para me acordar todos os dias. Todas as manhãs eu me esforçava para acordar antes de Levi, mas devido ao meu cansaço sempre dormia mais do que deveria e só era capaz de levantar da cama quando escutasse os resmungos do meu filho. Mas depois de meses acordando com a enorme responsabilidade de ser uma boa mãe, eu jamais poderia imaginar que acordaria muito antes do meu filho e por conta própria, tudo isso para conseguir arrumar nossas malas à tempo e conseguir sair de casa antes que minha mãe acorde ou que minha irmã volte para casa pela manhã.

Os últimos três dias tem sido intensos para a minha pessoa, o que conta inúmeras ameaças da parte de Issie e de Finn para que eu voltasse para a Inglaterra com eles e desabafos por parte de minha mãe que sempre terminavam com a mesma a berrar sozinha à respeito da minha decisão inesperada de voltar para a Europa; e apesar de ter dado total certeza para ela que realmente iria voltar, não disse ao certo quando iria e por quanto tempo, e também não tinha certeza de que voltaria realmente com a irmã de Louis e com Finn; porém, após uma conversa de horas com Issie pelo telefone, ouvindo suas palavras manipuladoras e um tanto quanto cruéis sobre o quão inútil eu seria se deixasse o pai do meu filho apodrecer na cadeia, eu decidi provar para ela e para mim mesma que eu seria capaz de assumir os negócios até mesmo sem ajuda dela, e mesmo que ela ainda não saiba, eu não pretendo deixar as coisas assim tão fáceis para ela e para toda a família de Louis. E no final das contas, essa seria a melhor oportunidade que eu teria de voltar a ver Louis, sem saber se isso poderia voltar a acontecer.

Eu tentava me apressar e pegar o máximo de roupa que conseguisse para Levi, arrumando as malas com pressa e checando o horário da todo momento, com medo que minha mãe pudesse acordar antes que eu pudesse deixar a casa, ou que Levi pudesse chorar e despertar a mesma. Depois de arrumar a mala do meu bebê fui às pressas arrumar a minha, pegando minhas roupas e colocando na mala sem organização alguma e pegando a maioria das minhas roupas, deixando uma peça ou outra que o clima do Reino Unido não permitiria que eu usasse. Fui rapidamente até o banheiro e peguei nossas coisas de higiene, fazendo o mínimo de barulho possível e logo para o quarto, onde Levi dormia tranquilamente em seu berço, sem imaginar o que estaria ao aguardando futuramente. Precisei pensar em cada detalhe em relação à volta para a Inglaterra, principalmente em relação ao meu filho e os perigos que ele poderia correr fora do país, mas só de pensar em continuar aqui com a minha família problemática me faz querer partir com meu filho o mais depressa possível, o que é basicamente o que estou fazendo no momento.

Depois de arrumar as malas eu peguei cuidadosamente Levi ainda dormindo em seu berço, com a intenção de trocar o meu filho antes de sair. Não demorei em trocá-lo às pressas, colocando o bebê em sua cadeirinha, ajeitando-o na mesma e abaixando-me em seguida, com a intenção de pegar todas as minhas economias escondidas para poder trocar por libras quando chegasse em Londres; e após finalmente ter tudo em mãos decidi que já estava pronta para partir. Fechei a porta do quarto para que minha mãe não percebesse minha falta tão cedo, descendo cuidadosamente a escada com todas as coisas e Levi em mãos, deixando todas as malas próximas à porta de entrada e partindo para a cozinha junto ao meu filho, com a intenção de deixar parte de sua mamadeira já pronta para as próximas horas de voo que teríamos que encarar. Coloquei a cadeirinha de Levi sobre a bancada da cozinha e me apressei para fazer tudo o que deveria, guardando as mamadeiras e tudo mais o que achei que poderia ser necessário em uma bolsa térmica, com a garantia que meu filho teria tudo o que precisasse para os próximos dias.

𝗶𝗻𝗻𝗼𝗳𝗲𝗻𝘀𝗶𝘃𝗲 ! louis partridge.Onde histórias criam vida. Descubra agora