- gatinha -

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Noah sofria. Noah sofria para um caralho.

O garoto foi acordado com ronronados, sentindo cócegas em seu rosto, como se algo peludo estivesse passando por ali, além de sentir um peso em seu abdômen, algo -ou alguém- por cima de si.

Não demorou muito, até ele perceber quem estava por cima dele, esfregando sua cabeça em seu pescoço, em forma de carência, e o rabo peludo de gata envolvendo seu braço direito apoiado na cama. Ele já conhecia bem quem estava ali, a sua linda namorada, uma híbrida de gata. (S/n).

Híbridos são feitos por um cruzamento entre espécies diferentes de animais, e na sociedade onde eles vivem agora, no futuro, cada vez é mais comum ver esse tipo de espécie pela rua.

A sua garota é um cruzamento entre um híbrido de gato e um humano, formando assim: (s/n). Ela pode se transformar em uma linda gatinha marrom quando quiser, mas prefere a sua forma humana, mantendo apenas suas unhas afiadas, suas orelhinhas acima da cabeça -que na maioria das vezes vivem de pé, atentas a cada barulho- e seu rabo longo e peludo, que é posicionado acima de suas nádegas, no fim de suas costas.

O único "problema" -que Noah não acha nada que é um problema, já que o seu narcisismo ama esse lado dela- é que (s/n) é totalmente manhosa, pedindo carinho a cada momento do dia, implorando para ser cuidada, e obviamente, Urrea atendia a todos os pedidos, e sofria pelo amor enorme que sentia por essa garota.

Um tanto contraditório, já que a maioria dos gatos -em espécie mesmo- não eram nem um pouco amigáveis, sempre se mantendo distantes, mas Noah foi presenteado pelo universo com uma gata totalmente oposta de sua raça.

E é por isso que hoje, em um sábado chuvoso, Urrea é acordado assim, com a sua menina, a sua gatinha, esfregando seu rostinho corado pelo frio em seu pescoço, ronronando com a mudança de temperatura brusca, do gelado para o quente.

- "amor? Minha gatinha?"- a chamou do jeitinho que ele sabe que ela ama, colocando seu braço -o que não estava preso pelo rabo dela- em sua cintura, ofegando quando ouviu a mesma miar baixinho em seu ouvido. Amava quando ela miava.

- "te acordei?"- a híbrida perguntou receosa, retirando sua face da onde ela estava, olhando diretamente para o rosto sonolento do namorado, que negou, sorrindo pequeno.

- "nunca gatinha. O que há? Porque está carente? Não estou te dando tanta atenção?"- Noah perguntou se sentindo meio culpado. Ultimamente a sua banda, a chump change, estava exigindo demais de si, o deixando fora de casa por um longo tempo, deixando a sua pobre namorada sozinha. Sabia que isso não ia ter uma consequência não tão boa.

A menina apenas concordou, deixando suas orelhinhas caírem pela tristeza, tirando seu rabo do aperto no braço do cacheado, sentando ereta em seu colo.

- "sim Nono... você não está mais me dando atenção. Eu preciso de atenção amor!"- exclamou amuada, passando suas unhas afiadas pelo tórax desnudo do homem, causando um gemidinho de dor no mesmo.

- "oh, me desculpe amor... o trabalho tem tirado todas as minhas energias, e eu acabei magoando a pessoa que eu mais amo, sim?"- se retratou, sentando na cama e apoiando suas costas na cabeceira, trazendo para mais perto de si a sua (s/n), que olhava para baixo, com as orelhas abaixadas e um biquinho triste nos lábios. Como Noah sofria...

Ele não resistiu, e levantou calmamente a cabeça dela, fazendo suas orelhas tremerem e levantarem novamente. Seu rabinho entre as pernas dele se movimentando de um lado para o outro, ansiosa para um ato dele.

- "hey, gatinha, vamos lá, eu estou aqui agora, vou cuidar de você ok? Eu vou te banhar, te mimar, e te dar todo o carinho do mundo. Você quer isso?"- perguntou animado, sabendo que não teria uma negativa como resposta. Deu risada quando a híbrida praticamente saltou da cama, miando feliz em resposta, andando até o banheiro, afim de acelerar o processo, exibindo seu corpinho esbelto para quem o olhava faminto.

× stories with noah urrea ×Where stories live. Discover now