Ondas

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I'm just a girl who fighting her time

Anne

A água envolvia meu corpo em uma dança lenta, tudo parecia um pouco parado, mas eu sempre estava balançando mesmo que em micro espaços do oceano.

Todas as outras garotas estavam perto da cidade vivendo suas vidas medíocres, enlouquecendo homens em enormes navios, cantando com as vozes serenas. Entretanto eu estava aqui, no auge da minha solitude, eu não queria matar homens e buscar sua totalidade ou qualquer coisa do tipo. Eu queria apenas encarar a natureza a minha volta, todos os corais, o cais, as ondas. Não queria ser humana, nem tão pouca uma sereia, tudo era tão complexo aqui e eu estava enclausurada em meus poderes místicos.

Eu estava perdida em sentimentos efêmeros o tempo todo, talvez eu devesse contin8uar vivendo nos padrões daquelas garotas, continuar com prazeres médios e desejos não tão longínquos. O mar continuava a balançar, a película d'agua que separava a agua e a terra parecia cada vez mais perto, o cais estava vazio, o sal penetrava na minha pele, os peixes formavam cardumes silenciosos, as garotas riam ao longo e tentavam me chamar, tudo era calmo, menos o meu interior e a minha mente.


Ruby

O cheiro de tinta pairava no ar, as ondas se formavam na ponta do pincel, o azul era uma mistura de inúmeros tons, o céu era tímido em poucas áreas coloridas, apenas o nublado de um coração apaixonado. Meus dedos estavam em constante harmonia, tudo parecia perfeito naquela enorme tela.

Meus longos cabelos loiros estavam presos em uma fita preta e meu vestido era imenso em volta do meu corpo pequeno. O ateliê era o único lugar onde tinha total paz, tudo, estava sendo preparado para o baile no fim de semana e eu preferia não estar no caminho.

Chegava a ser cômico o tanto de homens que vinham tentar conquistar meu coração, como se realmente fosse grande coisa. Meus pais gritavam nomes eufóricos, pareciam pular de felicidade.

- Henry, Philips, Gilbert, John, Paul. – Eles observavam a minha reação que a cada novo nome que era falado eu abria uma cara de indiferença.

A janela enorme na minha frente me dava bastante alcance para criatividade. As ondas quebravam e se formavam para além das muralhas do meu castelo, atrás daquela tela nós escondida todas as minhas frágeis emoções, as pinceladas cobriam os meus desejos distantes e meu coração clamava por algum amor eterno.


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⏰ Last updated: May 19, 2021 ⏰

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Mar TurbulentoWhere stories live. Discover now