Órfãos

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Coragem! É isso que eu repito para mim mesmo em minha mente, várias e várias vezes.

Caralho! Como isso pode ser tão difícil!?

Enquanto isso, me encontro jogado na cama observando o ventilador, que quase já não serve para nada, fazendo quase vento nenhum, girando, junto com meus pensamentos confusos.

Sou um órfão completamente inútil, estudante mediano, sem qualquer perspectiva do futuro que enfrenta o maior monstro da minha, a garota que eu amo.

Eu a conheço desde muito pequeno, sempre soube que ela era feita para mim. Sempre que precisei ela estava lá, sempre que coisas ruins aconteciam, ela que me ajudava, apesar do que aconteceu com ela...

Mas não passamos de melhores amigos, "irmãos" talvez.

O problema que eu nunca quis isso, quero beijar sua boca, será que não entende!

Ela linda, inteligente, engraçada, e diferente das pessoas da nossa idade, ela é inocente de certa forma. Uma mulher diferente das outras, determinada apesar de tudo.

Não tem um momento que não penso nela, ela é o único motivo de ainda estar vivo.

Sei que deveria falar, contar a verdade, pois não sei viver sem ela. Mas esse é o problema não sei viver sem ela, o que vai acontecer se ela dizer não, passar a me odiar por isso?

Não sou de chorar, mas essa ideia... faz meus olhos ficarem cheias de lagrimas.

Me sento na cama, angustiado com uma ideia

E se ela fala não? O que eu faço depois disso? Não tenho outro motivo para viver, mas enquanto eu penso nisso outra pessoa pode rouba-la de mim.

Não aguento ver ela com outros caras, prefiro levar outras surras, a ter que ver isso, "tantas vezes".

Permaneço sentado olhando para qualquer canto aleatório do quarto simples e escuro do orfanato.

Meu coração dói.

Por quê tudo tem que ser tão complicado, queria voltar a ser uma criança que só se importava com cartinhas de Dragon Ball.

Suspiro

Me levanto, preciso de um pouco d'agua

Caminho até a porta do quarto, tentando não chutar nada na escuridão da madrugada.

Abro e saio sem fechar a porta, dando em um dos corredores do orfanato Nossa Senhora Das Dores, no subúrbio da capital Witte Rivier. O orfanato é bem grande na realidade, é o único da cidade, dirigido por freiras católicas, a estrutura lembra construções espanholas, com uma pegada Arábe Europeia.

O que tem alguma semelhança comigo.

Sigo pelo corredor indo em direção ao refeitório onde se encontra o bebedouro.

Eu também tenho DNA espanhol, "eu acho" e isso fica claro pelo meu cabelo preto liso, pele branca, olhos castanho escuro, não que faça parte do meu corpo também uso óculos, redondos, dignos do Harry Potter na realidade, os quais estou sentindo falta enquanto atravesso o orfanato.

Chego a porta do refeitório de correr feita de vidro, abro, o que faz certo barulho, me encolho no mesmo instante, as freiras não gostam que andemos a noite pelo orfanato.

Desço a rampa, da entrada do refeitório, ando até o outro lado chegando até o bebedouro, me abaixo e tomo um bocado de água.

Me apoio no bebedouro e encaro o azulejo acima dele.

FrenesiWhere stories live. Discover now