Prólogo

735 56 7
                                    

Mas ele não fez nada

¡Ay! Esta imagen no sigue nuestras pautas de contenido. Para continuar la publicación, intente quitarla o subir otra.

Mas ele não fez nada. Nada além de me encarar com um olhar que fez meu sangue gelar. Como se eu fosse algo estranho e ruim.

— Rose. Por favor, pare. Por favor, fique longe.

Ele estava se esforçando para ficar calmo.

Eu saltei, agora tão irritada e frustrada quanto ele. Eu tinha a sensação de que, se ficasse, nós dois explodiríamos. Em um tom baixo, murmurei:

— Isso não terminou. Eu não vou desistir de você.

— Eu desisti de você — ele disse, a voz também suave. — O amor acaba. O meu acabou.

Eu o encarei com descrença. Todo esse tempo, ele nunca disse isso daquela forma. Seus protestos sempre foram sobre um bem maior, sobre o remorso que ele sentia por ser um monstro ou como isso o destruiu para o amor.

Eu desisti de você. O amor acaba. O meu acabou.

O peso daquelas palavras eram demais, eu não poderia mais permanecer em sua presença depois de ouvir aquilo, foi como se o chão se abrisse sob meus pés e me tragasse. Dei um passo para trás, piscando atordoada na tentativa de manter as lágrimas longe. Algo em sua feição mudou, como se soubesse a dor que havia me causado, mas não iria aguardar uma reação, me virei e saí apressada, indo para a porta dos fundos da igreja.

Atraí alguma atenção após sair do templo, era o começo do dia Vampírico e o movimento na corte era grande. Caminhei  sem rumo, finalmente deixando as lágrimas saírem. Tudo foi em vão, tudo o que fiz, cada sacrifício, cada escolha, tudo...

Não sabia para onde ir, não queria ver ninguém, não queria conversar com ninguém. Fui em direção ao bosque que rodeava a corte e nos ajudava a nos manter escondidos, ali certamente ninguém me procuraria. No fim, eu falhei, tentei com todas as minhas forças e cheguei tão perto, mas falhei.

O amor acaba. O meu acabou.

Aquelas palavras se misturavam às lembranças de nossos momentos juntos, cada treinamento, cada sermão, tudo passava como um filme em minha cabeça enquanto eu caminhava entre as árvores. Minha mente se focou nos momentos antes do ataque, antes do maldito Nathan levá-lo de mim.

Por um momento eu tive tudo em minhas mãos e perdi.

"Rose, onde você está? Pode vir me encontrar?"

A voz de Lissa soou em minha mente me causando mais dor. A forma como ela esteve do lado dele o tempo todo, ajudando-o a me repelir. Toda minha vida foi vivida por ela, eu dei tudo pelos dois e não restou nada para mim.

A luz da lua penetrava através do topo das árvores iluminando meu caminho. Eu sentia uma escuridão pegajosa correr por minhas veias, rastejando sobre minha pele enquanto as lágrimas me cegavam. Quantas vezes mais eles esperam que eu me reerga? Eu não podia mais.

Fique longe. Eu desisti de você. O amor acaba. O meu acabou.

Fique longe...

Eu causo dor a ele? Como Lissa disse antes, eu estou estragando tudo? Parece que costumo estragar as coisas. Eu me apoiei em uma árvore, soluçando ao me lembrar de seu olhar. Aquele olhar fazia eu me sentir estranha e suja. Por que sempre que eu começo a acreditar, a vida faz isso comigo?

Um som chamou minha atenção, fazendo com que eu voltasse a me mover com medo de que alguém estivesse perto, eu não sabia para onde estava indo, mas algo me impulsionava em uma direção e apenas quando eu cheguei que eu soube o motivo.

Eu pisquei atordoada observando a queda d'água que estava adiante de mim. Se eu desse mais um passo eu cairia por no mínimo uns oito metros. A luz do luar refletia na água me fascinando, me atraindo.

No fundo da minha mente, uma voz gritava que faltava apenas um passo, um passo e eu estaria longe de tudo, e não apenas de Dimitri. Eu não seria mais uma decepção para ninguém. Parte de mim queria lutar, dar as costas e ir embora, mas essa parte não tinha forças, não hoje. Aquela voz se tornava cada vez mais alta e estava prestes a obedecê-la.

— Rose! — Eu me virei de costas para o precipício, encontrando Christian parado ali, ofegante — Rose o que...

Eu balancei a cabeça ao notar sua intenção de aproximação. Christian me avaliou por um momento, olhando para a cachoeira atrás de mim antes de assumir um ar cuidadoso.

— Rose, o que aconteceu? Vem aqui — ele pediu me fazendo voltar a soluçar.

Christian, Ele se importa.

A parte racional de minha mente começou a gritar para que eu o seguisse e esquecesse aquela loucura.

— Vamos, eu te vi na igreja — ele continuou — apenas vamos conversar.

Eu desisti de você. O amor acaba.

— Eu desisti dele — eu balbuciei antes de dar um passo para trás, o ouvindo gritar enquanto a gravidade me envolvia.

Say SomethingDonde viven las historias. Descúbrelo ahora