𝗙𝗮𝘁𝘁𝘆 ┋𝗕𝗲𝗮𝘂𝗮𝗻𝘆

43 ( FINAL)

Três anos (e 4 quilos) depois

— Any! Você precisa vir aqui e lidar com isso!

Eu estou de pé... bem, encolhido, na verdade, dentro do chuveiro.

Faith está sentada no vaso sanitário, exatamente do outro lado da cortina, e ela se recusa a sair até que possa ver a minha 'porcaria'.

Eu vou matar Bailey.

O filho dele, Ryan, é três anos mais velho do que a minha doce e inocente pequena Faith.

Não é trabalho dele ensinar a minha filha sobre os o peen e a beav

*Peen e beav: expressões usadas para pênis e vagina.

— Mas Ryan diz que as meninas têm beavs e os meninos têm peens. Eu só quero ver isso.— Ela chora, tentando afastar a cortina com suas mãozinhas assustadoramente fortes.

— ANY DO CÉU!

— Meu Deus, Josh. É normal que ela seja curiosa. Simplesmente espere até que ela comece a ostentar uma moita e se pergunte por que eu não tenho uma. Tente explicar uma depilação brasileira para uma criança.— Any sussurra/grita enquanto acompanha Faith para fora do banheiro com a promessa de cookies de aveia.

Eu libero o meu aperto mortal na cortina e coloco minha cabeça sob a água morna, tentando lembrar quando exatamente a minha vida ficou tão louca.

E tão cheia de amor. Eu sou o cara mais sortudo do mundo.

~ O ~

— Está na hora? Está na hora, certo?— Faith pergunta, saltando no sofá ao meu lado.

— Nós temos mais 20 minutos até eles chegarem aqui.— Eu suspiro, tentando manter a calma.

Alguém precisa manter a calma.

Depois que Faith nasceu, Any se mostrou bem sobre não ter mais filhos... mas eu sabia que era apenas um ato.

Ela sentava-se no berçário, balançando Faith e chorando.

Meu coração quebrava ao observá-la lamentar pelas nossas oportunidades perdidas.

Mas uma porta fechada é apenas uma janela aberta em outro lugar.

E a nossa janela se abriu em um maine.

Enquanto participava de um seminário em Boston um mês atrás, Any estava caminhando do centro de conferências para o seu hotel quando descobriu uma menina dormindo em um beco.

O nome dela era Sara.

Any, sendo Any, levou a menina de volta para o hotel e a deixou tomar um banho enquanto pedia serviço de quarto.

Foi então que, quando Sara saiu do banheiro cheio de vapor em apenas uma toalha, Any percebeu que Sara estava grávida.

Sobre uma tigela de sopa de tomate, Any ouviu a história cheia de lágrimas da menina.

Lenços encheram a mesa enquanto as duas choraram sobre a inocência perdida.

E depois que ela colocou a menina entre os lençóis, ela me ligou, chorando.

— Nós temos que ajudá-la.

Claro que nós tínhamos.

—O que você quer fazer?—Eu perguntei, visões de um sequestro atravessando o país piscando na minha cabeça.

— Ela disse que deve dar à luz a qualquer momento. Ela... ela não quer o bebê. Ela quer que nós fiquemos com ele.— Any sussurrou, sua voz tão cheia de esperança, ainda que tremendo de medo.