5. Nyx

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Observei a mulher, agora sob a luz lunar.

Sua pele era branca e parecia absorver a luz da lua, contrastando com seus cabelos pretos como carvão, que caiam pelo corpo como uma cascata perfeita até abaixo da cintura.

Seu corpo, magro demais, estava com um vestido cinza velho e desbotado, fino como papelcontra o frio da noite, mas ela não parecia se importar com isso.

Quando subi meus olhos até os dela. minha alma vibrou. O mais lindo azul que já admirei estava lá, como duas gotas de diamantes azulados e ao mesmo tempo como um oceano agitado e inabalável.

Lancei minha mente para a dela, e é como se eu sentisse tudo em meu próprio corpo.

Uma dor antiga, cultivada por mágoa,  lutava para tomá-la por inteiro, mas é como se houvesse uma luz branca protegendo sua mente. Ela era uma, com certeza.

Mesmo assim, ela não lutou quando eu cavei mais fundo, uma enxurrada de informações e sentimentos veio até mim.

Segundos depois, cheguei um passo perto dela.

Observei seus lábios perfeitamente desenhados e avermelhados se separar lentamente enquanto ela ainda me olhava, descendo sobre meu corpo e varrendo meus trajes.

O fogo em minhas veias se agitou completamente,  como se alguém jogasse uma garrafa de rum nele, e tive que fazer um enorme esforço para que ele não tomasse o controle de minhas mãos.

Ela voltou seus olhos para os meus, corando as bochechas quando percebeu que me encarava descaradamente.

- Me perdoe senhor, posso ajudá-lo?

A sua voz forte e doce penetrou a minha alma como veneno para meu pobre coração acelerado.

- Qual seu nome senhorita?

Seu olhar curioso e cauteloso me analisou mais uma vez antes de responder:

- É Atenes, senhor.

Atenes parecia o nome da deusa Atenas, da mitologia grega, famosa por sua sabedoria.

- Atenes. É um belo nome para uma bela mulher.

Ver o rosto vermelho e ouvir seu coração acelerado me fez criar cenas muito específicas e impróprias, ainda mais por que acabei de conhecê-la. Repreendi meu fogo, mas ele gargalhou de volta.

- O-obrigada.

- Me chamo Nyx. Desculpe se lhe assustei.

Ela corou ainda mais.

- S-sem problemas. Há algo que posso fazer pelo senhor?

Pensei no que diria; não poderia simplesmente contar tudo e pedir que ela vá comigo.

- Me diga, senhorita Atenes,  qual seu papel nesse Palácio?

Seu olhar alarmado me alarmou também.

- O senhor não é daqui?

- Responda minha pergunta primeiro.

Sua expressão mudou para algo como fúria,  o que fez meu fogo queimar mais rápido, desejando o desafio na minha frente.

- Sou uma criada. Mas como não saberia disso? Se fosse daqui veria que, pelas minhas roupas, sou uma das servas especiais.

- Servas especiais? O que significa isso?

- Pensei que era uma resposta por uma resposta, e eu já lhe respondi uma vez.

Seus olhos brilharam rapidamente me fazendo não conter o sorriso , e eles foram diretamente para ele.

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