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Eu e Yeonjun haviam acabado de voltar da casa noturna que frequentamos, eu sempre vou lá quando o quero e ele sempre vai quando me deseja. Ambos somos conscientes de que sempre vamos nos encontrar lá, porém, agora estamos nos encontrando definitivamente todos os dias.

Eu sempre o levo para minha casa, é muito mais do que luxúria, realmente amo passar o tempo com ele, mas sempre há uma desculpa que faz com que ele vá embora em minutos.

Sou ciente de que isso não ocorre por vontade dele, ele sempre tem um telefonema de sua irmã e precisa ir para casa correndo, outras vezes ele precisa ir trabalhar. Eu preciso compreender e ser empática com ele, eu quero  ser.

Todas as vezes, sem exceção, ele tem um telefonema no meio da noite. Nós podemos estar dormindo juntos, jantando, passeando, ele pode estar até mesmo no banho, o celular dele vai  tocar.

Desta vez era madrugada, ja passou das uma da manhã e eu estava alcoolizada, nós dançamos muito na casa noturna essa noite, eu fui quem mais bebeu entre nós dois. Eu visivelmente precisava de cuidados, Yeonjun não se recusou em cuidar de mim, ele tinha o maior prazer em ouvir-me falar besteiras, ajudar-me a expelir o álcool na privada e até  dar-me banho para dormir.

Ele estava completamente apaixonado por mim, eu sei que eu estava por ele também. Nós nos vimos todos os dias durante essa semana, sempre nos encontrando na casa noturna.

No fundo nós dois sabemos que vamos encontrar um ao outro naquela casa noturna, este lugar com sua energia que suga ambos, como se fossemos bonecos de marionete, nós sabemos que não vamos mais pela diversão e sim para nos encontrarmos, no fundo sabemos.

Eu estava ao ápice da insanidade, a paciência que ele tem é de se invejar. Ele passou horas cuidando de mim, do meu copo e das minhas ações irresponsáveis, sempre tentando amenizar minha alcoolização. O mesmo deu o basta e carregou-me até em casa.

Até que o maldito tocou.

Por mais louca que eu estivesse, por mais fora de mim, por mais que o álcool estivesse corroendo o meu cérebro como se fosse água e algodão doce, eu sabia.

De novo, é hora dele ir.

"Presta atenção, eu estou indo te buscar, agora mesmo."  é possível ouvir ela falar no aparelho, ela parecia séria.

"Sabe que estou ocupado."

"Ocupado? Se eu estou certa de onde você está agora, você está tudo, menos ocupado. Você não passa de um fardo para mim, eu tenho que te buscar nesse fim de mundo todos os dias? Quando você vai crescer?"

"Me deixe apenas hoje? Ela não está bem"

"Por que eu vou me preocupar com o estado de uma vagabunda qualquer? Você tem trabalho de verdade pra fazer, você tem um objetivo pra cumprir, você não tem tempo para vagabundas."

A chamada foi encerrada, Yeonjun suspirou, minha mente nebulosa não compreende a situação.

ㅡ querida, eu preciso ir agora. Você consegue se cuidar sozinha e não fazer nenhuma besteira? - eu apenas aceno com a cabeça, eu posso ouvir a voz dele como um eco.

Ele se despediu de mim com um beijo na testa, como se tentasse me assegurar de que estava tudo bem.

ㅡ estou indo, se você se lembrar disso, me manda uma mensagem quando estiver sóbria. - ele sorri como um borrão e o som da porta abrindo e fechando é reconhecido.

GÂNGSTER - Choi Yeonjun *Onde histórias criam vida. Descubra agora