Soluções e problemas

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BUCKY ON

- Mas isso é muito injusto!

- Sério? Seu senso de justiça está parecendo meio duvidável para mim nos últimos dias, Kath – Respondo sério.

- Você adora fazer tempestade num copo d’água – Ela reclama vindo atrás de mim – Nem é para tanto.

- Às vezes eu me pergunto, o que é “para tanto” para você – Falo já perdendo a paciência – Tentou invadir o sistema do colégio, filha! Eu nem sou religioso, mas meu Deus!

- Eu ia conseguir se tivesse feito com o meu notebook – Ela dá de ombros e vejo Sam rir do meu lado – Mas como foi de última hora...

- De última hora? Já fez isso antes? – Altero um pouco a minha voz - Você acha que eu estou de brincadeira, Katherine?!

- Talvez sim, talvez não - Sinto meu sangue ferver - Qual é, Bucky? Poderia ter sido pior.

- Já chega! - Seguro seu braço e a forço a me encarar - Isso é sério, filha! Nem tudo na vida é piada ou sarcasmo - Kath desvia o olhar - Existem limites para tudo! Não dá para você simplesmente cruzar todos só para me provocar e ver até onde eu vou.

- Nem tudo é sobre você, sabia? - Ela me provoca.

- Terminamos essa conversa em casa - Falo soltando seu braço.

- O quer dizer com isso? - Ela me olha com certo receio. 

- Sabe exatamente o que isso significa - Respondo sem dar brecha para continuar a discussão - Pode ficar lá dentro com a gente, mas não quero ouvir mais uma palavra sobre esse assunto. Entendeu?!

- Como quiser, Capitão! – Ela fala rodando os olhos e entra na sala.

- Se acalma, Bucky – Sam fala encostando no meu ombro – Não vai adiantar nada querer começar uma briga de quem é mais ácido nos comentários.

- Até porque ela vai ganhar – Respondo respirando fundo.

- Isso com certeza! – Ele ri e segue até a sala de controle.

     Paciência certamente não é o meu forte, mas eu juro que me esforço muito para ter com a minha filha. A Kath tem o gênio muito forte, assim como eu, o que acaba dando um choque na nossa relação na maior parte do tempo, principalmente, porque nem sempre um está disposto a ceder. Eu sei, o adulto sou eu e ela só tem dezessete anos, mas tem horas que é simplesmente impossível não se irritar. No entanto, acho que já melhorei bastante nesse quesito, em outros tempos teria castigado ela aqui mesmo.
    Mas vou deixar meus problemas com a minha filha para resolver depois. Preciso focar nas informações sobre a ação dos apátridas, que aconteceu agora a pouco perto do Museu. Um amigo do Sam, Torres, se infiltrou no meio deles para conseguir mais informações e gravou um vídeo.
  
  - Mas como isso é possível? – Indago ainda em choque – Tudo foi destruído! Como eles conseguiram isso?

- Eu não sei – Sam responde sem tirar os olhos do vídeo – Mas precisamos descobrir e precisamos fazer isso logo!

- Isso foi no parque em frente ao Museu, não?

- É, o alerta da polícia foi para o roubo do banco naquela rua – Sam explica – As pessoas esperaram pelo sinal no celular ali no parque, quando soou o alarme do banco eles vestiram as máscaras e começaram a se espalhar passando as malas entre os principais, foi quando o Torres gravou esse vídeo...

- Com certeza é o soro – Falo apreensivo – Ou pelo menos uma nova versão dele.

- Rhodes me mandou o sinal de satélite que rastreou o símbolo deles – Sam continua – Mas o sinal ficava pipocando entre a Europa Central e Oriental, como se ela pudesse estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Uma nova vida Where stories live. Discover now