Capítulo 3

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-Não acredito que o perdi de vista!

River gritou quando entrou na casa de Erin, ela permaneceu calma enquanto o humano saltou ao ouvir a raiva na voz do linhagem. A fêmea se serviu de uma cerveja e apoiou-se na bancada que dividia a sala da cozinha americana, deu um gole generoso antes de se dignar a responder o macho que rodava furiosamente por sua sala.

-Você não podia fazer muita coisa de onde estava, ou me protegia ou corria cegamente na direção do atirador - ela rebateu tranquila - Eu, obviamente, preferi ter você em cima de mim enquanto acontecia o tiroteio, foi uma ótima maneira de tirar uma casquinha.

O linhagem parou no lugar, a raiva dando lugar a excitação assim que o cheiro dela o atingiu. Erin estava excitada, ele não sabia com o que e esperava que não fosse com o humano que tentava acalmar um nervosismo que ela não estava sentindo, ou ele arrancaria fora a cabeça do pequeno homem.

-Fora! - River mandou.

O humano saltou novamente, a ordem não deixava espaço para discussões e o sorriso no rosto de Erin dizia que ela não iria contra o que o linhagem decretou. Ela estava no meio da sua cerveja quando River a agarrou, pondo-a sentada em cima da bancada e ignorando a garrafa que ela derrubou no chão.

-Não insinue que está excitada quando tem outro macho perto de você, eles podem morrer com muito mais facilidade - River sussurrou enquanto beijava o pescoço dela.

-Pensei que fosse aproveitar a plateia, soube que não existem pudores na Land. Dormir com suas companheiras quando tem alguém perto o suficiente para ouvir, você fez isso? - ela perguntou, sua voz um pouco ofegante.

Provavelmente a pergunta errada a fazer, ela tinha um linhagem grande, mau, dominante prendendo suas duas mãos na bancada fria, e Erin estava perguntando se o cara já deixou os outros ouvirem sua companheira gemer enquanto transavam.

-Erin, você sabe que não funcionamos assim.

-Oh, eu sei que não. Mas, sei que vocês gostam de como suas companheiras cheiram ao ter um orgasmo, como o gosto delas costuma colocá-los de joelhos e sei mais ainda que vocês costumam ter um tempo de duração maravilhosa e pecaminosamente longo.

-Erin...

River tentou colocar o tom de advertência em sua voz, mas não conseguiu, a boca dela conhecia todos os lugares certos para fazê-lo perder a cabeça, como se a respiração ofegante e o cheiro da excitação dela não fossem o suficiente.

-Não posso marcá-la - River tentou fazer com que ela recuasse ao dizer isso, mas soube que conseguiu o efeito oposto quando sentiu o sorriso dela no meio do beijo.

-Mas eu posso, soldado.

Ela não esperou que ele entendesse o que quis dizer e o mordeu, o gosto férreo do sangue dele correu como o melhor dos néctares pela sua garganta e ela o soltou assim que sentiu, queria que ele sentisse o êxtase que ela sentia naquele momento, como se estivesse embriagada e tudo ao redor não passasse de um borrão, mas ele não o fez, apenas voltou a beijá-la, livrando-se das roupas o mais rápido que pôde antes de decidir que era hora de dar a Erin o melhor sexo oral que ela já tinha tido na vida.

-Mais, River!

Erin tentou se reconhecer na voz que implorava que ele continuasse a fazer o que quer que sua língua e dedos faziam naquele momento, mas seu cérebro se recusava a entender qualquer coisa que não fosse a névoa de prazer que ele estava sendo jogado. Ela sentiu seu corpo tencionar, suas pernas se fecharem ao redor da cabeça entre elas e seus dedos apertarem ainda mais os fios macios, Erin se sentia tão tensa quanto um fio de eletricidade, com o orgasmo brincando tão perto de sua borda. Ela tentou gritar o nome dele quando suas costas arquearam em resposta ao alivio, mas sua voz foi incapaz de sair e ela arfou antes de decidir que o que teve não foi o suficiente e arrastá-lo para o sofá. River pode ter se acostumado a ter tudo o que queria com um grito ou assustando seus subordinados, mas se Erin queria mais, ela o teria, da forma dela e isso incluía ele sentado no sofá enquanto ela o cavalgava para acertar o lugar exato.

-Você torna qualquer decisão minha mais difícil - River sussurrou.

Suas presas raspavam o lugar em que a marcariam como dele, mas ele sabia mais do que seguir seu lado animal e apenas arranhou. Ter deixado que ela o marcasse era algo que ele conseguia fazer, ceder aos desejos de sua companheira, se ela queria que o mundo soubesse que ele já havia encontrado o amor da sua vida, ele o faria, mas isso não significava que aceitasse que a merecia.

-Acho melhor você gozar comigo, soldado, ou vai terminar essa missão sozinho - Erin ofegou.

Ela estava prestes a cair novamente e queria que River viesse junto dessa vez, ele a obedeceu, de novo, da mesma forma que tinha feito ao deixá-la marcar seu pescoço. Erin despencou, os corpos suados estavam pondo seu TOC em uma corda bamba, mas ela estava cansada demais para surtar sobre isso ou fazer algo para resolver a questão. Precisou de alguns minutos antes que conseguisse respirar normalmente de novo e ter forças pra se levantar de cima do torso nu de River.

-Menos irritado? - Erin perguntou, o tom irônico brincando na ponta da sua língua.

-Irei me irritar mais vezes se é essa maneira que você encontrou de me acalmar.

A risada dela ecoou pelo lugar, tirando o que restava da tensão sexual que havia entre eles.

-Faça o que você precisa fazer, soldado, vou tomar um banho e te encontro na cama.

-Na sua cama? Acha que evoluímos tanto assim no nosso relacionamento?

-Eu o marquei, você precisa saber que sou tão possessiva quanto você, ou estaremos na minha cama ou dormiremos na sua, de todas as formas, dormiremos juntos.

-Sim, senhora.

-Continue assim, soldado, gosto de um companheiro obediente.

River riu quando a viu sair depois do comentário. Erin era tudo o que poderia querer em uma companheira, irônica, cheia de atitude e direta, mas, antes de tentar trabalhar seu caminho para aceitar que ele poderia e deveria ficar com ela, ele precisava descobrir porque, infernos, tinha um linhagem querendo matá-la.

Linhagens - RiverOnde histórias criam vida. Descubra agora